Se você está lendo esta publicação, com certeza está se sentindo culpada por gritar ou perder o controle com seu filho ou filha em algum momento.
Vejo milhares de postagens e “tutoriais” que nos culpam por sermos mães reais. Sim, mães reais, que vivem e que estão sujeitas a isso.
Senti-me tocada com as situações que me deparo quando leio os comentários. Sinceramente, já somos demasiadamente julgadas só pelo fato de sermos mães, já repararam?
“- Você é muito nova para ser mãe!”
“- Nossa! Você não acha arriscado ser mãe nessa idade, já mais avançada?”
“- Pra quê tantos filhos?”
“- Você é divorciada e tem filhos?”
“- Você trabalha fora e deixa seus filhos com quem?”
“- Desculpe, nossa empresa exige demais de nossos colaboradores, e contratar mulheres que tem filhos pode prejudicar seu trabalho.”
Essas são só algumas das perguntas que temos que responder desde o primeiro momento que nos tornamos mães.
Dentre tantos outros motivos que nos levam a nos sentirmos culpadas, emocionalmente sobrecarregadas e esgotadas, devido ao acumulo de funções, devemos nos perguntar:
“-Tenho passado tempo de qualidade com meu filho ou minha filha?”
A rotina em si já não é fácil… Mas, voltando ao ponto inicial da nossa discussão: Você já gritou com seu filho ou filha hoje?
Vamos ser sinceras!
Vou contar um pouco da minha rotina, para analisarmos com mais clareza a situação que nos faz sentir tão culpadas.
Sou divorciada e tenho duas filhas, Sophia de 05 anos e Heloísa de 02 anos, duas meninas lindas, saudáveis e com muita energia.
O divórcio foi bastante tranquilo, sem qualquer trauma após a separação – mas isso é um assunto que vamos abordar em outro post.
Imagine você, tentando fazer o jantar com duas crianças correndo pela casa, espalhando brinquedos, brigando, sem os chinelos, caindo, peladas porque estão fugindo do banho…
Você está atrás, com medo de se machucarem, pedindo pela “milionésima vez” que calcem os chinelos, que parem de correr… Você tenta tirar os brinquedos do caminho, limpa o suco que caiu no chão e uma delas ao correr passa por cima do suco, escorregando, enquanto a outra começa a rir escandalosamente!
Seu telefone toca, e é sua mãe querendo fechar os detalhes da festa de aniversário que está chegando quando o arroz começa a queimar… As meninas estão pulando no sofá e a Peppa Pig acaba de chamar o Papai Pig de bobinho. E aí, inconscientemente, você grita: CHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEGA!!!!!!!!!!!!!
Pense bem. Você deve se sentir culpada por isso?
Nós mães temos que deixar de sermos hipócritas, porque todas as mães, de todas as gerações, somando às que virão, irão gritar. Não porque não amamos nossos filhos e filhas, mas sim porque os amamos tanto que precisamos corrigi-los no momento certo.
Além disso, lembre-se: você é um ser humano, e suas emoções são parte de você. Você tem problemas, tem stress do trabalho, problemas com o marido, com o companheiro, e frustrações. Às vezes, mesmo não querendo gritar, acabamos o fazendo. O que importa é o que acontece após o grito, quando explicamos aos nossos filhos e filhas (e eles entendem!) que erraram. Que você gritou porque eles não ouviram você, e que desobedecer a mamãe (ou o papai) é errado, mas que você os ama muito, e por isso tenta apontar seus erros para que sejam corrigidos… Afinal, errar é humano!
Por isso, ninguém é perfeito.
Portanto, não se menospreze quando você cometer um erro.
Já esqueceu que também fomos crianças algum dia, e que nossas mães gritavam, brigavam, e até davam palmadas quando necessário?
Hoje nos lembramos de como foram importantes esses limites para nos dar sólidas bases que construíram nosso caráter.
Procure sim, evoluir espiritualmente e como mãe todos os dias. Dedique mais tempo para brincar e conversar com seu filho ou filha, mesmo que isso signifique deixar de sair ou adie a faxina na casa.
Permita-se fazer parte da vida de seu filho ou filha não só corrigindo-o, educando-o, mas dê a oportunidade ao seu filho ou filha de conhecer você, saber que você erra, que é engraçada, que é amiga, e que também é “chata!” quando necessário…
Converse com as crianças quando estiver difícil, explique com jeitinho o que está acontecendo, elas irão entender e podem até ajudar. Não as trate como um “animalzinho de estimação”!
Enfim, viver é isso: acertar e errar, evoluir e recuar, pensar e sentir.
Viva o hoje para que não se arrependa dos momentos que perdeu no futuro.
Até a próxima…
Sobre a colunista:
Mulher, Mãe, Divorciada, Graduada em Logística e Pós Graduada em Gestão de Projetos, Coach Life and Business. Criadora do Blog Terapia de mães.
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