Inúmeras vezes ouço de praticantes de musculação (geralmente do sexo masculino) a lamentação do tipo: quanto mais eu treino, menos resultado eu consigo. Independentemente do objetivo da prática dos exercícios físicos, seja obter hipertrofia muscular, redução do percentual de gordura corporal, melhorar a capacidade aeróbia ou outro, devemos pensar na periodização, ou seja, no planejamento sistemático dos programas de treinamento. Dentro desse planejamento, deverá haver uma alternância dos métodos de treinamento e como conseqüência, variação da intensidade (qualitativa) e do volume (quantitativo) do treino.
A prática exagerada de exercícios físicos, seja por um longo período de tempo ou através de altas cargas, em algum momento pode ocasionar em um resultado negativo. Exemplificando: no trabalho de hipertrofia muscular, o excesso de estímulos físicos pode ocasionar em catabolismo muscular (perda de massa muscular) e assim o treino fica contraproducente.
O professor de Educação Física, que é o profissional capacitado para a prescrição de exercícios físicos, deve orientar seus alunos na programação dos ciclos de treinamento, sendo que em alguns momentos deve haver uma redução ou até mesmo a interrupção dos estímulos (descanso) para então retomar ao treino com alta intensidade.
Aos alunos, cabe dar crédito ao professor e não aos “marombeiros” de plantão que ainda consideram a afirmativa “no pain, no gain” (sem dor, sem ganho) do século passado. Isso está ultrapassado e não pode ser aplicado em todas as situações e ainda: para progredir com o desempenho, às vezes é necessário regredir com as cargas. Converse com seu professor na academia e confie no que ele prescrever. E ainda, o conhecimento não se mede pela circunferência do bíceps e nem sempre o mais forte é o mais capaz, afinal, o elefante é mais ou menos forte que o leão?
Lembre-se: exija um profissional capacitado.
Emerson Rodrigues Pereira (CREF 13880 G) é professor do Centro Universitário UNIFEMM, mestre em Ciências do esporte (UFMG -2011), graduado em Educação Física no UNI-BH (2006), pós graduado lato sensu em Nutrição Humana e Saúde (UFLA-2007) e em Treinamento Esportivo pela (UFMG -2008). Sua linha de pesquisa está relacionada à Fisiologia do Exercício com ênfase em termorregulação, metabolismo e fadiga.