Dor muscular

Durante muitos anos, foram estudados os motivos que ocasionavam a dor muscular. No que se refere à dor muscular “tardia” principalmente, muitas deduções equivocadas foram criadas e por isso, vamos dar ênfase ao tema.

Muito se falava nos salões de musculação sobre a frase “no pain, no gain” (sem dor, sem ganho), frase pronunciada no filme Pump Iron, sendo este um clássico do fisiculturismo.

A dor muscular tardia ocorre principalmente devido à pequenas lesões ocorridas no tecido muscular, geralmente ocasionado por um esforço adicional que ocasiona distúrbios na homeostase, apesar de que durante muitos anos acreditava-se que tinha relação com ácido lático e isso não é verdade. Geralmente, os exercícios excêntricos e isométricos proporcionam mais dor muscular em relação aos exercícios com as fases excêntrica e concêntrica, principalmente quando os indivíduos não estão acostumados com aquela “carga” de exercícios, ou com o sobrepeso. Quando mudamos um programa de treinamento e inserimos novos exercícios, estamos sujeitos a sentir dor justamente por exigimos de diferentes músculos esforços até então não solicitados.

É preciso deixar bem claro que isso não aplica-se somente à musculação e sim qualquer esforço físico adicional que não tenhamos o hábito de realizar como: jogar futebol, correr, cortar grama e outros.

Um outro fator preponderante, é o peso adicional que utilizados no treinamento, sendo que devemos obedecer uma sequência de sobrecargas de forma que possamos progressivamente aumentar as cargas e aos poucos nosso corpo ir se adaptando aos estímulos e assim minimizar a dor pós-exercício.

Sobre a frase “no pain, no gain”, não concordo com esse posicionamento, uma vez que para termos ganho de massa muscular ou redução do tecido adiposo, não necessariamente precisa ser com sofrimento.

Devemos sempre lembrar que uma boa sessão de treinamento deve ser sempre acompanhada de uma boa alimentação e orientação de profissionais competentes e habilitados.

Emerson Rodrigues Pereira (CREF 13880 G) é graduado em Educação Física no UNI-BH (2006), pós graduado lato sensu em Nutrição Humana e Saúde UFLA(2007) e em Treinamento Esportivo pela UFMG (2008). Atualmente faz curso de mestrado em Ciências do Esporte na UFMG e está envolvido em pesquisas científicas relacionadas à Fisiologia do Exercício com ênfase em termorregulação, metabolismo e fadiga.