Quando você escuta alguém falar Facebook, Twiter, WhatsApp, Apple e Microsoft, por exemplo, são palavras que soam tão bem aos nossos ouvidos que até parece que são pronunciadas em português. Nem é preciso consultar um dicionário para entendê-las. Caso você queira uma resposta fast, entra lá no Google. Pode ser do seu smartphone, do tablet ou até mesmo de uma lan house. Ainda existem dicionários, caso você tenha esquecido.
Tudo parece mais próximo quando estamos a um click do mundo. E é engraçado que podemos até ficar distantes do mundo quando desligamos os celulares, a televisão, a internet etc. Por traz dessa dependência criada, mas também dessa necessidade existente esquecemos de que é o comércio exercendo influência nas nossas escolhas e nos nossos hábitos.
Chegamos ao ponto de perguntar para uma criança se ela sabe de onde veio a laranja, a maça, o arroz, o feijão, o leite e termos como resposta: o supermercado. Ainda desconhecemos ou nem percebemos que muitos dos produtos comercializados no Brasil vieram de outros países ejá fazemparte do nosso cotidiano que, aos poucos, não nos imaginemos viver sem. Basta olhar o Made in China, Made in Japan, Made in Vietnam para descobrirmos a avalanche de produtos importados que temos dentro de casa, do serviço, da escola e por onde passamos.
Talvez nessa correria diária nos preocupemos menos com o meio e mais com o fim. Deixamos para o comércio fazer essa ponte entre o início e o fim, de tal modo que uma pessoa, por exemplo, não importa por ficar horas em uma fila da AppleStore aguardando a nova geração dos iPhones 5C e 5S que, custavam no Brasil entre R$ 1.899 a R$ 3,6 mil à época do lançamento, em 2013, uma vez que nos Estados Unidos os preços variavam entre R$ 1,4 mil e R$ 1,9 mil. Sem se perguntar o que fez tal produto ser vendido tão caro aqui, muitos creditam à tecnologia essa falsa impressão de status que tais produtos causam quando usados ou apenas não importam de pagar mais para ser uns dos primeiros a experimentar as novidades do mundo tecnológico.
O comércio não só oferece a possibilidade de termos aquele bem que desejamos, mesmo que dividido em prestações de perder de vista, mas também oferece condições de estarmos mais próximos das pessoas. Pense naspessoas que fazem parte da sua vida. Não vale consultar o grupo de amigos do Facebook ou a agenda do telefone. Difícil, não?
Pode ser que não tenha percebido o quanto estamos inseridos no mundo e como o mundo está tão perto de nós. Talvez, realmente, credite isso para o avanço tecnológico. Por que não? Antes, não custa observar que para a tecnologia chegar à nossa vida é preciso que o comércio ofereça condições de uma empresa vender e outra comprar não só a tecnologia, mas onde e como ela será usada para então nós, consumidores, usarmos. E isso justifica o fato de não importarmos tanto com o meio e sim com o produto já em nossas mãos.
De fato, o comércio tem ampliado a participação em nossas vidas. Agora, com as facilidades em comprar produtos de outros países (tópico que abordaremos em outro artigo), podemos sentir o que é fazer parte do comércio exterior sem ao menos sair de casa. Espero que o mesmo comércio que possibilita a aproximação das pessoas com o mundo, não nos distancie das pessoas que estão ao nosso redor.
Referências:
CORREIOBRAZILIENSE. Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2013/11/21/interna_cidadesdf399728/fas-fazem-fila-para-comprar-os-novos-iphones-da-apple-em-brasilia.shtml. Acesso em 25 Abr 2014.
Franciney Carvalho é graduado em Administração com ênfase em Comércio Exterior pelas Faculdades Promove e pós-graduado em Logística pela UNA. Professor de Comércio Exterior nos cursos de Administração, Logística e Contabilidade no Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional – CEFAP.