A situação econômica do país não se difere em quase nada da nossa vida. Diríamos, talvez, que a economia é assim: “esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta”. E, de fato, o escritor mineiro, Guimarães Rosa, não se enganou quando analisou a nossa vida desta maneira.
Por outro lado, analisando o Brasil nos últimos anos é difícil imaginar como a economia que até então parecia estar no rumo certo do crescimento. De repente, ela se desacelera. Devido às incertezas políticas muda-se o olhar dos investidores em relação ao país, cujo mercado passa a oferecer mais riscos de investimentos do que possíveis ganhos.
Hoje, quem se depara com as indústrias e o comércio sendo forçados a reduzirem drasticamente a mão-de-obra e a produção, tende a ficar apreensivo com a situação do mercado. Observa-se, porém, que as empresas vêm procurando alternativas para reduzir a dependência com o mercado interno. Este que, literalmente, tem esfriado as atividades relacionadas à produção, distribuição e à prestação de serviços.
Apesar de ser bastante amplo e diversificado, o cenário interno não tem sido muito atrativo. Dado isso, percebe-se uma forte tendência das empresas brasileiras em comercializar seus produtos em outros países. É a partir daí que o comércio exterior vem ganhando força e vem se tornando a “bola da vez”, principalmente, para a indústria automobilística e de transformação que, vem amargando expressivas quedas de venda e na criação de novos postos de trabalho.
Citando a fábrica da Iveco, em Sete Lagoas, que registrou um aumento de 53% nas exportações de veículos para os países sul-americanos, em 2015. Essa forte tendência permanecerá estável ao longo de 2016, com a ampliação das vendas para outros mercados, por meio do fortalecimento de redes de concessionárias, aliado com a expectativa da prorrogação, por parte do governo, dos acordos comerciais já vigentes e de estabelecer novos com mais países.
As empresas precisam enxergar essa tendência como uma oportunidade para diversificar o público-alvo, ampliar sua participação no segmento em que elas atuam e, essencialmente, se adequarem as exigências internacionais de qualidade e processos o que, em tese, pode levá-las a um patamar de excelência na forma de comercializar seus produtos ou serviços.
Diante dessa nova perspectiva, fica claro que o comércio exterior se apresenta como oportunidade em um momento conturbado da economia, ao mesmo tempo em que se reduz a dependência de comercializar bens e serviços apenas no mercado interno. As empresas passam a enxergar o comércio exterior de forma estratégica e não simplesmente como uma válvula de escape em momentos de crise. Sendo assim, os ganhos de mercado são sentidos por toda a estrutura organizacional, como também a própria economia se fortalece.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
JORNAL SETE DIAS. Disponível em: www.setedias.com.br/economia/12321-mercado-externo-pode-ser-alternativa-para-a-iveco+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em 27 abril de 2016
Franciney Carvalho é graduado em Administração com ênfase em Comércio Exterior pelas Faculdades Promove e pós-graduado em Logística pela UNA. Professor de Comércio Exterior nos cursos de Administração, Logística e Contabilidade no Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional – CEFAP.