As relações comerciais entre os países não se baseiam tão somente nas trocas comerciais de produtos e serviços, trazem também um intercâmbio cultural bastante expressivo no modo pelo qual enxergamos um determinado país e, ao mesmo tempo, na força que tem de influenciar os hábitos de compra em diferentes regiões do mundo.
Em outras palavras, um produto traz consigo parte da identidade de um país que, apesar da pluralidade cultural, nos ajuda a criar e associar certas características do país que o fabricou. Neste sentido, um tênis da Nike ou um celular da Apple, por exemplo, nos remete aos Estados Unidos. Tanto que um produto “Made in USA” é sinônimo de alta performance e tecnologia, além de, em grande parte, elevar o ego daquele que o consome ou o usa em diversas situações e lugares.
Em certa medida, produtos importados tendem a ser vistos como de qualidade superior ao fabricado no Brasil ou pelo status que carrega de ser importado. Essa referência pode até nos induzir a compra, fortalecendo, em paralelo, a presença de outro país em solo brasileiro. À medida que uma marca estrangeira se consolida no mercado nacional, constrói-se a partir daí uma relação não só comercial, mas de identificação com o país de fabricação, a ponto de tendo a oportunidade de visitá-lo perceber como o mesmo produto é visto naquele país.
Isso se deve ao fato de que quando um produto é destinado ao mercado externo ele adquire características que se adequam à cultura do local de destino. Muitas vezes, essas características não se assemelham com o mesmo produto comercializado no seu país de origem. Não se trata, portanto, de uma estratégia de marketing, mas de uma adequação do produto à cultura local e, consequentemente, de maior aceitação pelo público-alvo.
Para se ter uma ideia, o produto que “Todo mundo usa. Recuse imitações.” nos remete à Havaianas, marca já consolidada em diversas regiões do Brasil. Nos últimos anos, a sandália vem ganhando espaço nas prateleiras de diversas lojas no exterior, com status de artigo de luxo e usado pelas celebridades. A imagem que a “Havaianas” tem em outros países contrasta com o slogan dela tão difundido no Brasil, o que reforça a questão da diferenciação de mercados, além de ajudar a construir uma imagem positiva do país no exterior.
O Brasil é visto como uma potência em diversos segmentos como agronegócio, mineração, setor alimentício e mercado de aviação. No que se refere ao ramo alimentício, o país é visto como uma referência mundial em comercialização de alimentos, tendo na pauta dos produtos exportados açúcar, café, soja, suco de laranja, carne de aves e bovina, mineiro de ferro e outros minerais etc.
Vale ressaltar que o Brasil está em evidência no comércio internacional. Isso permite que outros países passem a enxergar no mercado brasileiro oportunidades de negócio e, em paralelo, fortalecer o intercâmbio cultural entre os países.
Em última análise, o comércio ainda representa um dos alicerces na construção da imagem de um país em relação ao outro. Pode-se dizer, portanto, que as oportunidades geradas pelas transações comerciais entre os países movimentam não só a economia mundial, como também aproximam pessoas de diferentes regiões do mundo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MCTI. Disponível em: http://www.mcti.gov.br/noticia/-/asset_publisher/epbV0pr6eIS0/content/o-brasil-na-producao-global-de-alimentos;jsessionid=4BE5155D9743BC18FC63B9DE08FA3906. Acesso em 25 maio de 2017.
TECNICOMINERACAO. Disponível em http://tecnicoemineracao.com.br/dados-da-mineracao-no-brasil/. Acesso em 25 maio de 2017.
SKYCRAPERCITY. Disponível em: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1494172. Acesso em 25 maio de 2017.
Franciney Carvalho é graduado em Administração com ênfase em Comércio Exterior pelas Faculdades Promove e pós-graduado em Logística pela UNA. Professor de Comércio Exterior nos cursos de Administração, Logística e Contabilidade no Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional – CEFAP.