Lendo uma crônica de Fabrício Carpinejar, eis que surge a inspiração para esse post. No meio de tantas histórias e términos de casamentos que estavam apenas no começo, fico me perguntando se o amor acaba com a convivência, ou se ele já não existia. Se é mais importante o casar ou o morar junto. Se é necessário respeitar mais o outro e não olhar só para si, ou olhar mais para si e enxergar quem o outro realmente é.
Decidir se casar é um passo muito importante para o casal. Quer dizer que os dois estão dispostos a compartilhar experiências, dificuldades e sonhos.
Soube de um caso onde a noiva, dias antes de seu casamento, descobriu que o noivo a traía. Apesar do baque, resolveu arriscar e acreditou que pudesse dar certo. Não deu! O casamento acabou depois de alguns dias.
Imagino que esse cara já estivesse apaixonado pela outra pessoa há tempos. Só não teve coragem de assumir e encarar a situação de frente. Agora eles estão juntos, no auge do amor!
Fico confusa com essas histórias e tentando entender os porquês de tantos desencontros. Fabrício então surge como uma luz, para responder meus questionamentos.
Não quer dizer que não existam homens românticos, bem intencionados e que gostam de demonstrar seu carinho e admiração pela pessoa amada. Não é isso que quero dizer! Apesar de raros eles existem!
Porém, cabe a mulher a difícil tarefa de analisar se está embarcando em uma “barca furada”. Se o cara não tem comprometimento, não passa confiança. Se as brigas são constantes, os sonhos são diferentes e ninguém consegue enxergar um futuro juntos, pode ser que o relacionamento esteja fadado ao fim. Não pense que casar resolve os problemas e que o amor supera tudo! Isso só acontece em novela.
Relacionamentos são complexos e intensos. Mais importante que querer ficar junto é acreditar no sucesso a dois. Mais importante que encontrar alguém para não ficar sozinha é encontrar alguém que não te deixe só, independente da distância.
O texto serve como reflexão para que as pessoas sejam mais humanas e menos egoístas. Todos têm o direito de deixar de gostar, de apaixonar-se por outra pessoa, querer viver uma aventura nova, mudar de ideia. Faz parte da vida! Mas também têm a obrigação de ser claro e transparente, avisar o parceiro que não dá mais, que chegou ao fim. Mais importante que implorar a fidelidade é conquistar a lealdade daquela pessoa que você escolheu para caminhar ao seu lado. Já dizia o ditado “quando a esmola é demais, o santo desconfia”.
Confira o texto completo de Fabrício Carpinejar, publicado no site Vida Breve, em 16 de julho de 2014.
“A culpa é a mãe de todo o homem.
Injusto afirmar que ele pensa uma coisa e faz outra. Ele pensa uma coisa, faz outra e sente outra ainda.
Ele costuma fazer o contrário do que fala e do que sente. Sua ação é diferente de sua conversa que é diferente de seu sentimento.
Quando a relação está por um fio, desgastada, arrebentada, toma o caminho inverso e se compromete ainda mais. Realiza planos extravagantes, assume dívidas, banca certezas. Quando está desesperançado, quando não enxerga saída, é o período em que alimenta as maiores expectativas e sonhos com sua companhia.
A facilidade esconde dificuldades. Ao ver fotos dele rindo no Facebook, radiante no instagram, jurando lealdade eterna, não conclua que alcançou o plano superior do contentamento amoroso. Talvez seja o oposto. O transbordamento masculino é disfarce.
Quem diz que ele não trai?
Homem infiel é contrafóbico. É quando promete casamento, filhos, joias, roteiros para sua namorada.
Homem infiel é generoso. É quando relaxa, busca conciliação, escuta contrapontos, exerce a humildade.
Homem perfeito só no inferno.
Prestes a se divorciar, ele se lança na contracorrente e se mostra submisso ao relacionamento.
No momento em que coloca os dois pés fora de casa, põe as duas mãos dentro da blusa da esposa. Aproveita a mala da despedida para viajar romanticamente.
Seu abraço apertado não é intencional, e sim assustado, para fugir da queda do abismo.
Exatamente o avesso do comportamento feminino. Quando a mulher trai, seu olhar fica longe, abstrato, distraído. Ela se ausenta por completo, vai se afastando pouco a pouco, criando territórios neutros pela residência.
O homem, por sua vez, é possuído de presença e magnetismo. Inventa arrebatamentos que não condizem com a situação indigente das brigas e discussões diárias.
Se a mulher não aguenta mais sua rotina, demonstra frieza no bom-dia. O pão não terá manteiga, o café será servido frio, os farelos não serão reunidos pela concha das mãos.
Já o homem é andarilho da dissimulação. Não entrega seu descontentamento nem no sexo. Procura se proteger e despistar seus desejos até tomar uma decisão. Próximo da ruptura e consciente do fim, abusará de surpresas e da imaginação sentimental.
Nenhuma amante será capaz de compreender seu comportamento, o que levará a crer que está sempre mentindo. Ele é incoerente, não mentiroso.
O perdão é o pai de todo o homem.”
Dúvidas e sugestões envie um email para juliananunes@setelagoas.com.br.
Juliana Nunes é publicitária e pós-graduanda em Marketing. Adora escrever sobre relacionamentos porque considera o tema essencial para o sucesso pessoal e profissional. Fala de situações cotidianas e de assuntos debatidos nas rodas femininas.