Até bem pouco tempo atrás tínhamos programas, suítes (pacotes de programas) e plug-ins (pedaços de programas). Eles podiam ser pagos, gratuitos ou de código aberto (quem quisesse, poderia programar um pedaço do programa para melhorá-lo ou corrigi-lo). Atualmente, com a quase totalidade dos smartphones e tablets divididos entre iOS (Apple) e Android (Google), tudo se tornou aplicativo (app). E mesmo a Microsoft parece ter entendido que a evolução da informática passa, essencialmente, por este caminho: tornar tudo mais fácil e intuitivo para o usuário.
Aliás, não só as grandes do setor, mas qualquer um pode ganhar dinheiro nesse mercado de aplicativos que deverá movimentar mais de US$ 400 bilhões no mundo em 2015, de acordo com estimativa da consultoria IDC. Entre as áreas com maior previsão de crescimento estão IoT (Internet das Coisas), impressão 3D, Sistemas Cognitivos, Robótica, Interfaces Neurais e Segurança de Próxima Geração. Para isso, é preciso saber programar bem. Tanto a Apple Store quanto a Google Play – lojas virtuais de aplicativos – vendem apps desenvolvidos por qualquer pessoa.
Para se ter uma ideia, somente na Apple Store mais de 120 mil pessoas de 77 países, das quais 4.800 brasileiras, estão cadastradas para desenvolver aplicativos. À medida que o mercado avança, com mais pessoas adquirindo smartphones e tablets, a tendência é que os aplicativos (incluindo aí os games) também cresçam em diversidade e downloads.
Porém, apesar da quantidade surpreendente, apenas 10% dos aplicativos disponíveis na Apple Store ultrapassam a marca de 100 mil downloads, 79% não chegam a 10 mil e cerca de 700 mil nunca foram baixados. O problema, muitas vezes, nem é a visibilidade que o aplicativo tem na loja virtual da Apple, pois bastaria uma busca rápida pra se encontrar qualquer um deles. A questão é que a grande maioria tem pouca utilidade ou é bem ruim mesmo. Há aplicativos pra quase tudo: de uma simples imitação de vela acesa a cotações de ações na bolsa, incluindo programas para saúde, atividade física, transporte, entretenimento, turismo e corporativo.
Geolocalização, interação e compartilhamento em redes sociais, aliado à facilidade de uso, têm contribuído para a expansão desse mercado. Tanto que já existem várias empresas iniciantes que possuem apenas um único aplicativo e que estão em franca expansão: são as chamadas startups, palavrinha da moda (pelo menos no Brasil) que designa um empreendimento tecnológico criativo, repetível e escalável, de baixo custo e de muita incerteza.
Na “Era dos Aplicativos”, parafraseando Glauber Rocha, o que vale é uma ideia na cabeça e um computador na mão.
Marcelo Sander – @mbsander
Jornalista, especialista em Marketing Político, Gestão de Projetos Culturais e Web Jornalismo. Palestrante e professor de Novas Tecnologias, Marketing Digital, Comunicação Empresarial e Mercado Profissional nas Faculdades Promove. Gerente de Gestão Estratégica e de Resultados da Secretaria Municipal de Orçamento, Planejamento e Tecnologia de Sete Lagoas. Editor do blog www.mercadowebminas.com.br. Com passagens por agências digitais em Belo Horizonte, Governo de Minas, Prefeitura de Sete Lagoas e Câmara Municipal, trabalha com conteúdo web desde 2001.