Embora o termo seja relativamente novo, sobretudo no Brasil, startups do Vale do Silício utilizam esse conceito (inclusive com departamentos e profissionais específicos para isso) desde 2010. Antes de explicar o conceito, vamos às traduções: Growth = crescimento. Hacking vem de Hacker, que não é mais aquele cara nerd que fica invadindo computadores, mas sim um profissional que, com foco na segurança da Tecnologia da Informação, pensa em estratégias e ações para evitar ao máximo brechas nos sistemas.
Assim, hackear um sistema significa encontrar essas brechas. Logo, Growth Hacking é uma estratégia utilizada por empresas iniciais com o objetivo de “hackear” seus mercados, ou seja, crescer rapidamente por meio de brechas, de atalhos não explorados por seus concorrentes.
Agora pense em algo que você já fez de diferente da sua rotina para fechar um negócio, independentemente do seu ramo de atividade. Algo informal como um telefonema, um comentário com alguém que fez você realizar uma venda ou melhorar a imagem da sua empresa. Pronto! Você fez Growth Hacking!
Com as novas tecnologias, há ferramentas que podem contribuir para esse crescimento por meio de alguns atalhos. Por exemplo, para aumentar as curtidas em sua página no Facebook ou perfil no Twitter e Instagram você pode:
– Utilizar mais vídeos (as redes sociais tendem a impulsionar mais esse tipo de conteúdo);
– Postar conteúdos viralizantes como promoções, piadas, temas polêmicos, etc;
– Convidar amigos para curtirem a página/perfil da empresa (cuidado com essa tática. Só convide amigos que realmente tenham o perfil para o seu conteúdo, ou pode parecer spam);
– Investir em mídia online, com impulsionamento de posts;
– Divulgar as redes sociais da empresa também offline, como em eventos presenciais e na papelaria (cartões, cartazes, etc);
– Parcerias com outras empresas, entidades, instituições e mesmo pessoas;
– Fazer algo de diferente, inusitado, que seus concorrentes não estão fazendo. Quer exemplos?
Exemplos
O aplicativo 99 Táxis chegou ao mercado brasileiro quando já havia pelo menos cinco concorrentes. Para crescer rapidamente, utilizou a viralização entre os taxistas. Assim, ficou alguns meses sem cobrar pelas corridas enquanto outros aplicativos cobravam até 20% por corrida. Em cinco meses, se tornou o app mais baixado do país.
Mark Zuckerberg, quando lançou o Facebook, não tinha ninguém na plataforma. O que ele fez? Baixou a lista de e-mails de todos os alunos da faculdade e “cadastrou” todos em sua rede. Quando alguém entrava no Facebook, já havia uma população inicial lá.
Ao entrar no Twitter há alguns anos, nada aparecia na sua timeline. Claro, só são exibidos posts de quem você segue. Se você entrou agora, não segue ninguém, logo nada aparecerá. Muitos não sabiam como usar a ferramenta, vazia. Assim, o Twitter passou a exibir postagens como sugestão de perfis a serem seguidos. Ficava mais fácil entender a lógica da plataforma.
O próprio SeteLagoas.com.br, bem no início da sua existência, em 2008, fez uma parceria de conteúdo com o jornal Sete Dias para crescer mais rápido, até ter condições de contratar jornalistas.
Essa semana compartilhei em meu perfil um post com uma história interessante: um cliente foi ao bairro Santa Efigênia, em São Paulo, resolver um problema do plug do celular, que não estava mais segurando o cabinho. Ele entrou no primeiro quiosque e, sem nem olhar o celular, o atendente já mandou: ‘ah, então, vou ter que abrir e trocar a peça. Vai te custar R$ 180.’ Bem em frente, do outro lado da rua, tinha outro quiosque, chamado “Rei do iPhone”. O cliente falou do problema e o atendente disse ‘tá sujo’. Pegou uma chavinha, tirou a poeira e devolveu: ‘pronto’. “Quanto é?”, disse o cliente. ‘Nada’, respondeu o atendente. ‘Mas fica com meu cartão e fala de mim pros seus amigos’. Pronto, hackeou a concorrência, nem que seja pela honestidade. Faço questão de compartilhar (confira o post aqui).
Enfim, poderia ficar linhas e linhas dando exemplos de estratégias para um rápido crescimento do seu negócio utilizando as redes sociais e outras ferramentas de marketing digital como e-mails, SEO, inbound e por aí vai… E você, já hackeou seu mercado? Fez algo que contribuiu para um crescimento mais acelerado do seu negócio? Compartilhe com a gente nos comentários. Se ainda não o fez, espero que este artigo seja um “dever de casa” para que você pense, de forma sistemática, em como fazer seu negócio crescer acima da média da concorrência. Até o próximo artigo.
Marcelo Sander – @mbsander
Jornalista, especialista em Marketing Político, Gestão de Projetos Culturais e Web Jornalismo. Palestrante e professor de Novas Tecnologias, Marketing Digital, Comunicação Empresarial e Mercado Profissional nas Faculdades Promove. Gerente de Gestão Estratégica e de Resultados da Secretaria Municipal de Orçamento, Planejamento e Tecnologia de Sete Lagoas. Editor do blog www.mercadowebminas.com.br. Com passagens por agências digitais em Belo Horizonte, Governo de Minas, Prefeitura de Sete Lagoas e Câmara Municipal, trabalha com conteúdo web desde 2001.