Já estamos em 2018 e não adianta mais lamentar o que fez (ou o que deixou de fazer) em 2017. É hora de olhar para a frente, de planejar o futuro. Para quem trabalha com vendas, o futuro já é amanhã. O que puder ser feito para que mais clientes comprem seus produtos ou serviços, deve ser feito.
Que tal então fazermos um exercício de futurologia – obviamente, de forma responsável, analisando o que deu certo em 2017 – e pensarmos em quais caminhos investir dentro do Marketing Digital para o ano que se inicia? Neste artigo, que marca minha volta ao SeteLagoas.com.br como colunista depois de quase um ano e meio, vamos apontar algumas tendências que têm tudo para bombar (ou continuar bombando) em 2018.
Não vou mencionar aqui nada que um pequeno ou médio empresário não possa colocar em prática em curto prazo. Nada de chatbots, inteligência artificial, realidade aumentada ou estratégias de alto investimento. O objetivo é começar com pouco e ir priorizando o que for trazendo mais resultados. A lista não termina neste artigo, já que é praticamente impossível abordar todas as ferramentas, tecnologias e estratégias que têm gerado alguma relevância nos dias de hoje. Vamos a elas:
1. A vez das MPEs
É impressionante observar que ainda há empresas em Sete Lagoas que não têm qualquer presença digital. Quando tem um perfil no Facebook ou Instagram, é desatualizado ou criado por terceiros. Muitos são incapazes de dizer quantos acessos têm, quantas curtidas, muito menos a taxa de engajamento. Apenas “estão lá”. Ou seja: na prática, não estão! Vou fazer agora a pergunta que sempre faço em minhas palestras e cursos de Marketing Digital, já no primeiro slide: como está a presença digital da sua empresa?
2. Mídia tradicional mais para branding
Como a mensuração é um dos principais diferenciais das mídias digitais, sendo o meio mais eficaz para se medir o ROI (retorno sobre o investimento) em relação às demais mídias, o investimento em mídias out-of-home tradicionais como outdoors e panfletagens, impressos, rádios e TV tende a diminuir ainda mais. Não estou dizendo com isso que devem deixar de ser feitos. Empresas que têm capital para investir em omni mídia (marketing 360º) devem continuar aparecendo o máximo possível, no máximo de veículos. Mas, tendo a necessidade de limitação de verba publicitária, o ambiente digital sem dúvidas continuará trazendo resultados mais rápidos. Às mídias tradicionais, caberá o reforço de imagem, a gestão da marca (branding).
3. Crescimento do Inbound
Pense comigo: ninguém entra no Facebook, WhatsApp ou Instagram querendo ver o que as marcas têm a dizer naquele dia. As pessoas entram para elas mesmas dizerem ou lerem os posts dos amigos e grupos. Logo, é preciso oferecer conteúdo relevante. E o que é um conteúdo relevante? É aquilo que seu público-alvo quer saber, não o que você quer dizer para ele. Aí é a hora de aproveitar sua audiência, entender seu público e conversar com ele, oferecendo o que ele quer, não o que você quer. Então, ao invés de fazer um post “compre meu produto”, faça um post “você sabia que meu produto pode resolver o seu problema dessa forma?”
4. WhatsApp
É espantosa a quantidade de empresas, MEIs e pessoas físicas que fazem negócios pelo WhatsApp. De um complemento nas vendas, o aplicativo algumas vezes chega a ser o “vendedor do mês”. Crie listas de transmissão (divididas por perfil de cliente), defina a periodicidade, o tipo ideal de conteúdo para cada perfil e “corra pro abraço”. Muitos poderão se descadastrar, mas quem ficar na base é porque realmente tem interesse. Só evite falar de vendas o tempo todo. Faça uma prestação de serviço, passe informações relevantes e associe-as ao seu produto ou serviço. Inicie conversas individuais. Entregue na casa do cliente. Facilite a vida dele. A lista de transmissão será o grande mailing de 2018!
5. Instagram
Foi sem dúvida a rede social que mais cresceu no Brasil e no mundo. Confesso que não sou nada fã do aplicativo, mas é inegável o resultado que vem gerando para marcas e pessoas. Dependendo do seu ramo de atuação (moda, arquitetura, alimentação, entretenimento, design, enfim, ramos onde a imagem é o carro chefe), é imperativo ter uma conta ativa (e interativa). Em um dos meus cursos de Marketing Digital, uma participante proprietária de uma loja de roupas em Sete Lagoas mencionou que vende muito mais quando posta no Instagram do que quando posta no Facebook, mesmo tendo mais seguidores no Face. Aproveite enquanto as entregas orgânicas (percentual dos curtidores que realmente recebem seus posts) do Instagram são bem mais altas que as do Facebook. Tente usar também publicações diferentes, evitando a monotonia de só postar fotos. Faça vídeos, stories, lives, etc.
6. E-commerce
Uma queixa que vez ou outra escutamos de alguns empresários locais, principalmente daqueles mais “das antigas”, é que marcas de fora e grandes franquias estão matando o comércio local. Acho um discurso muito derrotista. Afinal, estes mesmos empresários adoram quando alguém vem de uma cidade próxima para comprar aqui. Não é a hora de vender para outros mercados também? Por que uma loja de Sete Lagoas tem que ficar confinada a só vender para sete-lagoanos? Por meio do comércio eletrônico, o mundo passa a ser o limite. “Ah, mas ter uma loja virtual é muito caro”. Sim, mas você pode começar vendendo em sites de terceiros, os chamados marketplaces. Comece anunciando no Mercado Livre, no OLX, no Desapega, no Enjoei. Ou mesmo em marketplaces segmentados. Há vários deles. Já vem tudo pronto. É só cadastrar seus produtos lá. Só tome cuidado com o controle de estoque, a frequência com que confere os pedidos e a logística de entrega.
7. Influenciadores digitais
Confiamos mais em pessoas do que em empresas. Confiamos ainda mais em pessoas que gostamos ou admiramos. Que tal usar dessas pessoas (não apenas da credibilidade delas mas também da audiência) para turbinar as vendas? Quando cito influenciadores digitais, não estou falando de um Whindersson Nunes ou Keffera da vida, não. Pode ser alguém conhecido na cidade, alguém reconhecido, uma figura tradicional ou que venha despontando localmente, um cantor ou cantora, ator ou atriz, um empresário de referência, amigos, parentes e consumidores mais frequentes. Não se furte a usar depoimentos a seu favor, as chamadas “provas sociais”. Me convence muito mais quando um amigo meu diz que foi e gostou do que quando vejo seu anúncio no para-brisas do meu carro. Pense nisso!
Dica Bônus: streaming mobile
Somos cada vez mais mobile. Os smartphones viraram commodities. Os planos de dados das operadoras, muito baratos. Todos, da classe A à nova classe C, estão conectados quase o tempo todo. Aproveite sua audiência para não apenas enviar conteúdo, mas para interagir com ela. Então faça lives (Facebook, YouTube e Instagram) com assuntos relevantes relacionados ao seu negócio e produza vídeos curtos com promoções urgentes e envie pelo WhatsApp. O potencial cliente que talvez ainda não conheça sua empresa, ao te ver e ao ver sua empresa, estará mais familiarizado com ela quando decidir comprar. Ele já se sentirá íntimo antes mesmo de ter efetuado a compra. Ele já vai te conhecer. Sem falar que Face e Insta darão ainda mais prioridade às transmissões ao vivo em 2018 na distribuição orgânica dos posts.
Bom, por enquanto é isso. Quer sugerir outra dica? Use os comentários. Estava com saudades desse espaço. Até semana que vem 😉
Marcelo Sander – @mbsander
Jornalista, especialista em Marketing Político, Gestão de Projetos Culturais e Web Jornalismo. Palestrante e professor de Novas Tecnologias, Marketing Digital, Comunicação Empresarial e Mercado Profissional nas Faculdades Promove. Gerente de Gestão Estratégica e de Resultados da Secretaria Municipal de Orçamento, Planejamento e Tecnologia de Sete Lagoas. Editor do blog www.mercadowebminas.com.br. Com passagens por agências digitais em Belo Horizonte, Governo de Minas, Prefeitura de Sete Lagoas e Câmara Municipal, trabalha com conteúdo web desde 2001.