Vamos ter que concordar: compartilhamos muita bobagem nas redes. Pelo menos sob o ponto de vista dos outros. Mas, se publicamos, é para que os outros vejam, certo? Como temos uma média entre mil e dois mil amigos (e aumentando a cada dia…), o que os algoritmos do Facebook fazem? Eles calculam, baseados em uma série de ações nossas e dos nossos amigos, o que aparece e o que não aparece em nosso feed.
É por isso que você vê várias vezes ao longo da semana os posts de determinadas pessoas e não vê de outras que talvez sejam muito mais próximas de você. Assim, a cada curtida, comentário ou compartilhamento, é como se você dissesse aos algoritmos: “os posts dessa pessoa me interessam”. Aí o Facebook te entrega mais daquilo.
Outra forma de os algoritmos entenderem o que você quer ler é quando você posta algo sobre um assunto “x”. Se eu for seu amigo e fizer um post também relacionado ao assunto “x”, a chance de eu ver seu post e você ver o meu, aumenta, pois o Facebook entende que estamos interessados no mesmo assunto naquele momento, mesmo que eu não tenha curtido um post seu e você um meu.
Recentemente o Facebook anunciou uma grande atualização desses algoritmos e admitiu uma possível redução do alcance orgânico de páginas. Quem faz conteúdo e compartilha na rede de Mark Zuckerberg ficou em polvorosa. Até a Folha anunciou que deixaria de compartilhar posts na rede social. Alguns social medias chegaram a anunciar a “morte do alcance orgânico”. Não é por aí nem de longe. O paradoxo do Facebook é que ele sabe que precisa do dinheiro dos impulsionamentos pagos para sobreviver, mas também entende que sem o interesse das pessoas em passar mais tempo na timeline, os anúncios não terão para quem serem exibidos.
Agora responda: quanto tempo você ficava, em média, no Facebook há um ano e quanto tempo fica hoje? Provavelmente diminuiu. E isso tem a ver com o tipo de conteúdo que aparece na sua timeline. Um relatório recente do próprio Face identificou que, no total, estamos passando 50 milhões de horas a menos na rede – só lembrando que isso ainda é pouco diante dos dois bilhões de cadastros ativos, mas o suficiente para acender um alerta. Muitos estão ficando cada vez mais tempo no Instagram e WhatsApp (também do Facebook) e no Twitter.
Mas como continuar entregando os posts organicamente para tentar manter (ou ampliar) a audiência sem ter que cair no ciclo vicioso de ter que impulsionar sempre? Bom, redução de alcance orgânico existe no Facebook pelo menos desde 2012 (na época, era de 16% em média). O especialista em Marketing Digital Estêvão Soares fez uma série de vídeos no YouTube ano passado com várias dicas para aumentar o alcance orgânico das postagens no Facebook. Entre elas, algumas são válidas desde sempre: conteúdo de qualidade (para sua audiência, não para você), alternância nos tipos de postagens (fotos, álbuns, lives, vídeos, textão, boas imagens), recorrência (frequência das postagens), contextualização (gancho com assuntos do momento, o famoso “timing”), compartilhamento em grupos do própro Facebook e outras redes (permitindo com que pessoas fora da sua página tenham acesso ao seu conteúdo), entre outros, fazem parte das dicas. Bora assistir?
http://www.youtube.com/watch?v=ymqsu6U2IzU&list=PL60jB6nrHmAsnCZHjL3n0_K8qzqGLXT4C
Marcelo Sander – @mbsander
Jornalista, especialista em Marketing Político, Gestão de Projetos Culturais e Web Jornalismo. Palestrante e professor de Novas Tecnologias, Marketing Digital, Comunicação Empresarial e Mercado Profissional nas Faculdades Promove. Gerente de Gestão Estratégica e de Resultados da Secretaria Municipal de Orçamento, Planejamento e Tecnologia de Sete Lagoas. Editor do blog www.mercadowebminas.com.br. Com passagens por agências digitais em Belo Horizonte, Governo de Minas, Prefeitura de Sete Lagoas e Câmara Municipal, trabalha com conteúdo web desde 2001.