E chega mais uma edição da coluna. Tem semanas que acabo não pensando em nenhum assunto com algo mais pessoal para escrever, mas acabei batendo o olho em uma pesquisa que me chamou a atenção e decidi comentar a respeito.
No dia 09 de setembro de 2008, a comScore divulgou os resultados da audiência de sites e-commerces, medidos pela ferramenta World Metrix durante o mês de julho de 2008 no Brasil. O site mais visitado foi o Mercado Livre com 10,1 milhões de acessos, seguido por Buscapé com 4,8 milhões e o Submarino com 4,6 milhões.
A pesquisa foi realizada com base em 25 milhões de internautas que acessam a rede em casa e no trabalho. Em julho, mais de 66% visitaram websites de compras. A apuração desconsiderou os acessos por celulares e computadores públicos e, mesmo assim, foi maior a base de medição em relação aos outros institutos de pesquisa como o Ibope/NetRatings.
Depois de ler sobre esses dados, parei para pensar sobre as diferenças entre compras online e no mundo real. Além das facilidades do mundo online de se comparar preços e pesquisar em diferentes lojas online, de múltiplos segmentos, penso também na experiência qualitativa por trás destas interações.
Segurar um livro e folhear suas páginas. Tudo bem que já podemos fazer isso através de alguns programas, mas para aqueles que primeiro aprenderam a lidar com o mundo físico e depois conheceram o mundo digital, não é a mesma coisa. Meu pai mesmo, não consegue entrar em um site e ler um jornal todo como ele faz com o impresso. E nem preciso chegar até meu pai, na verdade isso também acontece comigo.
Mas, concordamos que com a velocidade com que tudo “vai para dentro do computador”, não vai demorar muito para que surja uma geração que não terá a oportunidade de comprar um livro em uma livraria como nós fazemos hoje.
Hoje em dia o que percebemos é uma série de tentativas de se passar coisas e conceitos do mundo físico que nos são familiares, para o mundo digital. Um exemplo. O iPhone. A Apple tem se mostrado uma das empresas de ponta no aspecto reinvenção. Eles se reinventaram com o iPod e parece terem conseguido novamente com o iPhone.
Alguns ainda não pôde experimentar a tecnologia multi touch do iPhone ou do recém lançado iPod Touch, mas ao que parece, a Apple lançou no mercado uma maneira realmente nova de se interagir com as informações digitais. Uma das disposições da Apple é justamente redefinir nossa experiência digital, fazendo com que objetos digitais pareçam e se comportem como seus “primos” do mundo físico. Isto significa criar coisas tão intuitivas quanto àquelas do mundo real.
Tentar mesclar e reconciliar nossas experiências no mundo digital e físico não é algo fácil. Muitas tecnologias estão tentando criar uma combinação que produza uma experiência do usuário ao mesmo tempo consistente, simples e rica. A porta para o sucesso é garantir que este mix entre físico e digital não confunda o usuário. As novas tecnologias devem inventar novas maneiras de “remixar” elementos, mantendo os usuários felizes e satisfeitos.