“De inicio, foi só para experimentar, curiosidade. Outras vezes, só aos finais de semana com amigos, coisa passageira. Depois, em outros momentos para acalmar, apenas distração… Com o tempo, passou a estar presente quase todos os dias, coisa de rotina. Agora, faz parte dos dias, horas, minutos e já não se sabe os “por quês”…
O assunto não é desconhecido ou encoberto. Quando falamos de drogas lícitas (como álcool e o tabaco) e ilícitas (como a maconha, cocaína e o crack) todos parecem saber um pouco. O uso de substâncias psicoativas está presente em toda história da humanidade nas mais diversas culturas, épocas e contextos. A dependência química, por sua vez, é um fenômeno complexo e provoca prejuízos tanto para o individuo quanto para seus familiares e pessoas próximas.
Nos quadros de dependência a pessoa não consegue conter o impulso e passa a ter comportamentos persistentes e repetitivos em busca do consumo. Os efeitos negativos incluem o falta de controle (o dependente não consegue controlar ou interromper o consumo), episódios de fissura (vontade quase incontrolável de consumir a droga), síndrome da abstinência, estreitamento das atividades (a pessoa vive em função da busca e do consumo), além de todas as consequências provocadas pelo uso da droga (problemas coma saúde física, psicológica e na vida profissional, rompimento de vínculos afetivos, prejuízos econômicos…).
Diferentes fatores podem estar envolvidos na causa e manutenção da dependência química: as propriedades específicas da substância, as características do ambiente social e familiar onde ocorre o encontro usuário/substância, as particularidades genéticas e psicológicas da pessoa. Essa junção de fatores mostra como o problema é complexo e não se encaixa nos julgamos simplistas e preconceitos que muitos sustentam.
O tratamento envolve o acompanhamento com médico psiquiatra, psicólogo, podendo envolver outros profissionais como: enfermeiros, terapeutas ocupacionais e assistentes sócias. A participação da família também é importante principalmente na adaptação das mudanças na rotina e estilo de vida da pessoa dependente.
FONTE:
CARVALHO, M. R., MALAGRIS, L. E. N., RANGÉ, B. Psicoeducação em Terapia Cognitivo-Comportamental. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2018.
CURSO ESCUTA – Estratégias Integradas de Cuidado aos Usuários de Álcool e Outras Drogas. Caderno de Estudos, 2017.
Graduada em Psicologia (FCV), pós graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto Cognitivo). Psicóloga Clínica da Empremed e no consultório Vínculos Psicologia Clínica e Saúde.