Carinho e atenção são importantes para nutrir uma vida saudável e feliz. Desejar recebê-los é algo normal e faz parte da existência humana. Mas, quando esse desejo se torna excessivo, podemos nos deparar com um quadro de dependência emocional, que seria uma relação de apego exagerado na qual alguém (homem ou mulher) deposita grande expectativa em outra pessoa acreditando que esta seja a única responsável por sua felicidade e realização.
Uma pessoa dependente emocional não consegue se imaginar sozinha, necessita excessivamente da atenção da outra pessoa, experimenta muito ciúme, tem dificuldade em tomar decisões e se submete constantemente às vontades e desejos do outro. Acaba cuidado exageradamente da outra pessoa a ponto de negligenciar a si mesma e carrega uma constante necessidade de agradar ¹.
Como tem a tendência em anular a si mesmo nas relações, o dependente emocional tem dificuldades em estabelecer relacionamentos saudáveis, mantendo por muitas vezes relações difíceis, desgastantes e abusivas.
Manter relações pautadas na dependência pode trazer como consequências: frustações, angústia, magoa, sensação de perda do controle sobre a própria vida, baixa autoestima, crenças de desvalor, ansiedade e preocupações excessivas e ainda, outros prejuízos paralelos nas áreas social, profissional e familiar.
É difícil se perceber como dependente emocional, muitas vezes a pessoa vivencia sucessivos relacionamentos insatisfatórios negando sua má qualidade ou ainda, quando percebem seu relacionamento desmoronando, tendem a atribuir a culpa de sua infelicidade ou desordem no outro¹. Nos dois casos existe a perpetuação de um sofrimento, mas são situações que podem ser superadas. O desenvolvimento de um autoconhecimento, para identificar dificuldades emocionais, valores e capacidades pessoais, o perfil dos relacionamentos estabelecidos com seus aspectos de desiquilíbrio, é o primeiro passo para poder enxergar a situação através de uma perspectiva diferente e mais saudável.
FONTE: BUTION, D. C.; WECHSLER, A. M. Dependência emocional: uma revisão sistemática da literatura. Revista Estudos Interdisciplinares em Psicologia. 2016
Graduada em Psicologia (FCV), pós-graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto Cognitivo). Psicóloga Clínica na Empremed – Clínica Médica e no consultório Vínculos Psicologia Clínica e Saúde.