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Coluna / Mirela Leal / Psicologia / Emoções: tão importante quanto vivenciá-las é saber regulá-las

Enfrentar um trânsito congestionado. Se submeter a teste de habilitação para direção. Realizar apresentação em público. São circunstâncias que podem gerar emoções desconfortáveis e reações diferentes: algumas pessoas, mesmo experimentando certo incômodo, conseguem manejar bem a situação obtendo êxito, já outras acabam tendo comportamentos menos habilidosos resultando em prejuízos e sofrimento. Mas o que há de diferente nestas pessoas?

Algumas pessoas conseguem ser mais bem sucedidas ao lidar com estas situações graças à capacidade de regular as suas emoções.

Podemos experimentar variadas emoções ao longo de um mesmo dia. Sem emoções nossas vidas não teriam significado, pois são elas que nos lembram de nossas necessidades e direitos, nos ajudam a identificar o quanto estamos satisfeitos ou insatisfeitos com alguma situação e nos levam a buscar por mudanças. E ainda, sem emoções, nossa vinculação com outras pessoas estaria prejudicada uma vez que, teríamos dificuldades em promover uma aproximação mais profunda e afetiva¹.

Nem todos conseguem reconhecer, nomear e, portanto, lidar com as emoções de maneira eficaz, podem até mesmo pensar que vivenciar determinadas emoções conduz a comportamentos ineficazes ou vergonhosos. Mas, a questão não é sentir ou evitar as emoções, mas sim, a capacidade de regulá-las.

Regulação emocional é a habilidade de manter, aumentar ou diminuir a resposta emocional. Sendo também a capacidade de compreender e aceitar as emoções de forma a utilizar estratégias saudáveis para manejá-las quando necessário².

Por outro lado, a desregulação emocional é a inabilidade de processar as emoções, intensificando-as ou desativando-a de maneira intensa. Pode acarretar dificuldades nas relações afetivas, familiares e sociais, prejuízo nos desempenhos acadêmico e profissional².

A desregulação emocional pode ser trabalhada em psicoterapia por meio de técnicas orientadas para a modificação de interpretações negativas quanto à vivência das emoções, aquisição de habilidades de manejo e uso das emoções, além de promover comportamentos mais adaptativos a curto e longo prazo.

São nossas experiências emocionais que nos tornam únicos, elas contribuem para a construção de nossas identidades. Desse modo é importante que estejamos atentos a nossas emoções e, principalmente, ao que elas nos comunicam, sem julgamento, mas sim com aceitação.

FONTE:
1 Leahy, R. L., Tirch, D., Napolitndo, L. A. Regulação emocional em psicoterapia. Artmed, 2013.
2 Leahy, R. L. Terapia do Esquema Emocional: Manual para o Terapeuta. Artmed, 2016.

Graduada em Psicologia (FCV), pós-graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto Cognitivo). Psicóloga Clínica na Empremed - Clínica Médica e no consultório Vínculos Psicologia Clínica e Saúde.




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