Ao longo das muitas fases da vida, acontecimentos marcantes podem romper o equilíbrio com o qual uma pessoa estava habituada, gerando estresse e sentimentos como angústia, tristeza, ansiedade, mágoa, medo, entre outros. Nessas situações de crise, o sujeito é levado a repensar sua maneira de viver, precisando se reorganizar para se adaptar às novas condições. E este pode ser o momento para recorrer a um processo terapêutico.
Ainda hoje, por causa dos mitos sobre a psicoterapia, algumas pessoas resistem em buscar por esse processo, muitas delas por pensarem que procurar ajuda de um psicólogo é atestar algum tipo de loucura. Nada mais incorreto! A psicoterapia é um processo de aprendizagem em que o indivíduo conhece mais de si, aprende como desenvolver maior autonomia e novos comportamentos, tendo assim, uma melhor qualidade de vida e saúde mental.
O momento para recorrer a um processo terapêutico é aquele em que a pessoa percebe que vem sendo prejudicada por questões internas. Nesta ocasião ela pode estar vivenciando: sensação de não pertencimento a algum lugar ou sensação de estagnação na vida, ressentimentos por magoas, dificuldades em relacionamentos, sensação de desamparo e desesperança, dificuldade em saber enfrentar ou superar problemas da vida, traumas e perdas, quadros de transtornos psiquiátricos como depressão e transtornos de ansiedade, entre outras situações que perturbam o desenvolver da vida.
Na psicoterapia o indivíduo é compreendido em suas especificidades, experiências, valores e crenças. É um trabalho colaborativo, ou seja, paciente e terapeuta constroem juntos um ambiente seguro e neutro, no qual pensamentos, emoções, sentimentos e comportamentos são analisados, ressignificados e reorganizados. O psicólogo atua como um facilitador, porém o protagonista de todo o processo é o paciente, dessa forma deve haver um comprometimento de ambas as partes para um bom aproveitamento do tratamento.
Todo o trabalho realizado durante a psicoterapia tem o objetivo de fornecer ao indivíduo não apenas habilidades para resolver o problema que o levou ao consultório, mas também conhecimento e capacidade para lidar com outros desafios que possam surgir no futuro.
FONTE:
BERNI, E. V. Psicoterapia como clínica psicológica: um campo em permanente construção, 2017.
Graduada em Psicologia (FCV), pós-graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto Cognitivo). Psicóloga Clínica na Empremed – Clínica Médica e no consultório Vínculos Psicologia Clínica e Saúde.