Há certa melancolia na arte, certa solidão. Alguns costumam dizer que a arte existe porque a vida, por si só, não é o suficiente.
É tudo o que jamais seremos: intangível, enquanto tentamos, incessantemente, alcançar a perfeita abstração para pertencer a algum lugar, o encaixe em algum mundo do qual jamais faremos parte, simplesmente porque ele é real apenas em nossas mentes.
Nossas mentes, ávidas para escaparem do que temos, da realidade entediante, maldosa, sólida, imutável, apenas porque não conseguimos suportar a diferença entre nosso reflexo e nosso interior: inexistente, apenas um invólucro contendo uma estrela cuja luz se perde na imensidão do universo.
Paula Kilesse cursa Sistemas de Informação e escreve contos e poesias. A coluna Distopia tem como objetivo expandir seu universo, levar suas histórias para a população da cidade e indicar trabalhos similares ao seu; que destoam do usual.