Definida como a alimentação no período em que outros alimentos ou líquidos são oferecidos à criança, em adição ao leite materno; a alimentação complementar é qualquer alimento dado aos bebês que não seja leite materno.
Os alimentos complementares podem ser preparados especialmente para a criança ou podem ser os alimentos consumidos pelos demais membros da família, modificados para atender às habilidades e necessidades da criança.
Entre a população, constatou-se que crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses adoecem menos de diarréia e não apresentam déficits de crescimento. Os resultados foram os mesmos tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento.
A amamentação como forma exclusiva de alimentação até os seis meses é a recomendação governamental brasileira desde o início dos anos 80. Pois é apenas a partir daí que as necessidades nutricionais do lactente não podem ser supridas apenas pelo leite humano.
Também é a partir dessa idade, que a maioria das crianças atinge um estágio de desenvolvimento geral e neurológico (mastigação, deglutição, digestão e excreção) que a permite receber outros alimentos além do leite materno.
Sob o ponto de vista nutricional, a introdução precoce dos alimentos complementares pode ser desvantajosa, pois estes além de substituírem parte do leite materno, mesmo quando a freqüência da amamentação é mantida, muitas vezes são nutricionalmente inferiores.
Além disso, a introdução precoce dos alimentos diminui a duração do aleitamento e interfere na absorção de nutrientes importantes presentes no leite materno, como o ferro e o zinco. Reduzindo a eficácia da lactação na prevenção de novas gravidezes.
Uma alimentação complementar adequada compreende alimentos ricos em energia e micronutrientes (particularmente ferro, zinco, cálcio, vitamina A, vitamina C e folatos), sem contaminação (isentos de germes patogênicos, toxinas ou produtos químicos prejudiciais), sem muito sal ou condimentos, de fácil consumo e boa aceitação pela criança, em quantidade apropriada, fáceis de preparar a partir dos alimentos da família e com custo aceitável para a maioria das famílias.
Como oferecer os alimentos complementares
Recomenda-se introduzir os novos alimentos gradualmente, um de cada vez, em intervalos de 3 a 7 dias. É muito comum a criança rejeitar novos alimentos, não devendo este fato ser interpretado como uma aversão permanente da criança ao alimento. Em média, a criança precisa ser exposta a um novo alimento de oito a dez vezes para que o aceite bem.
10 passos para a alimentação saudável da criança menor de 2 anos
Passo 1 Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.
Passo 2 A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais.
Passo 3 Após 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia se estiver desmamada.
Passo 4 A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança.
Passo 5 A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; deve-se começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até se chegar à alimentação da família.
Passo 6 Oferecer à criança diferentes alimentos ao longo do dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida.
Passo 7 Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
Passo 8 Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos, guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.
Passo 9 Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados.
Passo 10 Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos e respeitando a sua aceitação.
Pós graduada em Nutrição Humana e Saúde pela UFLA, Graduada em Nutrição pela UFOP. Atua na área da saúde pública no NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), área hospitalar (Hospital Dr. Pacífico Mascarenhas) no município de Caetanópolis, na área de educação como docente no CEFAP (Centro de Educação e Aperfeiçoamento Profissional) mnistrando aulas de bioquímica e Nutrição e Dietética e também atua na área clínica com atendimentos personalisados em casa (Home Care).