As reações aos alimentos variam de problemas cutâneos, respiratórios e intestinais até o mais grave deles, o choque anafilático, quando ocorre o comprometimento dos sistemas circulatório e respiratório, exigindo cuidados imediatos. Também pode ocorrer inchaço da boca e da garganta, o que dificulta a respiração. A maior parte das reações alérgicas acontece em alguns minutos ou até 2 horas após a ingestão do alimento. Em alguns casos, não muito freqüentes, a reação pode demorar até 48h.
Como acontece
No primeiro contato da substância estranha com o organismo, este produz anticorpos para combatê-la. Quando o alimento é ingerido novamente, essas defesas começam a agir e, em ocorrências futuras, podem liberar histamina ou outros componentes químicos responsáveis pelas reações alérgicas. A partir daí, surgem os primeiros sintomas de alergia.
As substâncias que o organismo interpreta como nocivas ou estranhas, reagindo, por isso, com uma resposta alérgica, são denominados alérgenos. Nozes, amendoim, castanhas e frutos do mar constituem-se nos alérgenos mais potentes. Pessoas suscetíveis a alergias podem desenvolver reações mais graves até mesmo com quantidades mínimas desses alimentos. Entre os sinais iniciais de reação alérgica estão o eczema e a lesão de pele, às vezes acompanhados por náuseas, vômitos e diarréias.
Consiste na identificação dos alimentos que estão causando a alergia, e posteriormente, em sua eliminação da dieta. Essa medida pode resultar na deficiência de alguns nutrientes, principalmente na alimentação de crianças. Nesse caso, o nutricionista deve indicar quais alimentos podem suprir a carência nutricional.
Nem sempre é fácil reconhecer os alimentos alérgenos. Em alguns casos, é preciso submeter-se a testes ( pele, de sangue ou orais) ou, ainda, manter um diário detalhado com horários, conteúdos das refeições e seus decorrentes sintomas. Esse procedimento muitas vezes é complicado porque alguns ingredientes estão ocultos no alimento. Muitas vezes a causa da alergia pode estar relacionada indiretamente à comida. Uma pessoa pode não ser alérgica a suco cítrico especificamente, demonstrando tolerância desde que o suco seja feito com a fruta descascada. Neste caso, o limoneno, óleo contido na casca das frutas cítricas, pode ser o verdadeiro culpado pela alergia.
Prevenir/amenizar sintomas
A precaução é a melhor arma contra as alergias alimentares.
Aleitamento materno durante pelo menos os primeiros 6 meses de vida pode reduzir as chances de a criança desenvolver alergia por algum alimento. Alem disso, retarda o contato com outros alérgenos, como o leite de vaca.
Crianças com predisposição a alergia devem evitar alimentos como nozes, frutos do mar, amendoim, ovos e leite, principalmente durante os três primeiros anos de vida
Nos restaurantes, optar por refeições simples, sem guarnição. Uma boa sugestão de cardápio é carne grelhada sem tempero, com legumes no vapor e batata cozida. Caso não seja possível, vale pedir explicações sobre os ingredientes do prato escolhido, a fim de identificar possíveis alérgenos.
Em almoços ou jantares na casa de amigos ou parentes, avisar com antecedência sobre a alergia a determinados alimentos.
Na hora da compra, verificar com o máximo de cuidado o rótulo dos produtos. Apesar de ele nem sempre informar com clareza os ingredientes do alimento, ainda assim é a principal forma de conhecer seus componentes. Indicação de manteiga, soro, lactoalbumina ou caseinato revela a presença de leite de vaca, por exemplo. Alguns alimentos também são quimicamente relacionados, ou seja, quem tem alergia a limão pode ser alérgico a outras frutas cítricas.
É importante manter-se bem informado sobre as possíveis substituições alimentares para suprir a deficiência de nutrientes e sobre os tipos de alérgeno e sua suas respectivas nomenclaturas, além de compartilhar as informações com os familiares.
Alérgenos mais freqüentes
Praticamente todos os alimentos podem desencadear alergia em quem é sensível a seus componentes. Os mais comuns e seus principais sintomas são:
Alérgeno | Tipos de alimentos | Reações |
Chocolate | Bombons, balas e outros produtos à base de cacau. | Podem causar erupções cutâneas. Na maioria das vezes, porém, as reações decorrem de outros produtos misturados ao cacau, como leite, corantes e nozes. |
Frutos do Mar | Camarão, lagosta, siri, ostras, caranguejo, entre outros. | Podem provocar desarranjos intestinais prolongados, náuseas, enxaquecas, inchaço, erupções cutâneas e choque anafilático, reação perigosa que pode levar à morte. |
Frutos oleaginosoos | Balas, bombons, granola e demais produtos | Uns dos maiores causadores de choque anafiláticos, principalmente se os frutos estiverem ocultos no alimento. Também provocam desarranjos intestinais e problemas respiratórios. |
Leite de derivados | Queijo, iogurte, sorvete, pudins, por exemplo. | São responsáveis por problemas como diarréia, vômito e prisão de ventre. Além disso, podem ocorrer problemas respiratórios, urticárias e erupções na pele. |
Milho | Óleo de milho, margarina, comidas de bebês com amido de milho, entre outros. | Podem acarretar problema e sintomas semelhantes aos causados pela alergia a leite e derivados. |
Ovos | Sorvetes, musses, bolos, maionese, molhos de salada, por exemplo. | Podem ocasionar urticárias, erupções na pele, inchaço e problemas intestinais, além de eczemas e ataques de asma. |
Peixes | Enlatados, defumados ou frescos, óleo de fígado de peixe e outros produtos. | Podem promover diarréia, asma, erupções cutâneas, urticárias. Algumas vezes podem provocar irritação nos olhos o no nariz e, raramente, choques anafiláticos. |
Trigo e derivados | Pães, massas, cereais e demais alimentos à base de trigo. | Podem causar enxaqueca, dores de cabeça, eczemas, diarréia e outros problemas intestinais. |