Todo dia aparece um novo termo para denominar a mulher moderna. Vieram as feministas, as mulheres alfas e ontem me deparei com uma nova denominação: Geração Odisséia. Resumindo, essa nova geração feminina vive atrás de novidades. Não se acomoda em um só lugar, no mesmo trabalho e nem com o mesmo namorado. São bem resolvidas, sucedidas e ao que me parece, extremamente felizes e de bem com a vida. Para essas mulheres, o final feliz dos folhetins televisivos não serve. Quem estabeleceu a regra de que para uma mulher ser feliz ela tem que estar casada e ter filhos?
Coincidentemente, no mesmo dia em que li sobre esse novo conceito feminino presenciei uma cena que me fez acreditar que, definitivamente, esse grupo de mulheres é mais feliz. Final de domingo e fui a um Mc Donald’s que tinha playground para a criançada. Em frente à minha mesa, estava um casal com um filho, que havia largado os chinelos para ir brincar. Na mesa ao lado estava um outro casal, sem filhos e não me pareceu que fossem casados.
Comecei a observar. A mulher do casal ao lado parecia ser mais velha que a do casal à frente. Loira, de olhos azuis, em um vestido fresquinho de verão, comia um “mc fish” e tomava um suco; extremamente esbelta, com um ótimo físico. Completamente bem cuidada. A do casal em frente, morena, bonita também. Em um longo verde de malha, um pouco acima do peso, cabelos mal presos e enormes olheiras.
Notava-se que o casal ao lado estava se paquerando, se conhecendo, começando a ter um romance legal. O casal à frente demonstrava estar extremamente esgotado e a esposa parecia não ver a hora de ir embora. O casal ao lado conversava alegremente, dando risadas e falando sobre o trabalho um do outro, demonstrando extremo interesse. O casal em frente não trocava mais do que algumas palavras com a mulher apoiada sobre os cotovelos.
Ao fazer esse rápido paralelo entre elas, foi como se na mesma hora, tivesse aparecido um letreiro luminoso em letras garrafais na minha frente: “NÃO SE CASE! Escolha ser como a mulher ao lado”. Claro, ninguém quer chegar ao fim de um domingo com uma aparência extramente cansada e desiludida.
Confesso que fui embora pensando nisso e decidi, assim que liguei o computador para escrever, que faria um texto contra o casamento. E até agora, era o que eu pretendia fazer. Mas daí, lembrei-me de outro acontecimento do meu fim de semana. O “chá de panela” de uma das minhas melhores amigas. De cujo casamento, serei a madrinha.
Mais do que um simples chá de panela tradicional ao qual, somente mulheres compareceram e a noiva tinha que adivinhar os presentes, o que eu vi ali foi uma futura esposa extremamente feliz. E mais do que isso, uma mulher tão decidida, confiante e segura do que ela quer, quanto às da tal Geração Odisséia.
Então admito, titubeei quanto à certeza de que somente as solteiras são felizes e percebi que a questão não é definir uma mulher bem sucedida a partir da escolha do seu estado civil. E sim, se ela sabe o que quer. Seja ficar “pulando de galho em galho”, correr atrás das crianças, ter um casamento sem filhos ou paquerar no Mc Donald’s. Larguei de lado os preconceitos e certifiquei o seguinte: Para conceituar a nova mulher moderna não são necessários paradigmas ou nomenclaturas, basta que ela tenha uma só característica: seja capaz de escrever o seu próprio “happy end”.