Muitos são os segmentos e áreas que são afetadas pelo processo de desaceleração da economia. O comércio e a produção industrial são os primeiros a sentirem o impacto negativo. A população sente os efeitos principalmente com o aumento do desemprego e da inflação. Alguns setores, no entanto, sentem mais do que outros. Há também aqueles que crescem em momentos de crise.
E pensando nisso vemos uma chuva de artigos e profissionais dando dicas para se passar este momento com impactos menores nas organizações. A maioria válidas, pois compartilhar melhores práticas sempre acrescentará valor aos profissionais e empresas. Porém é importante avaliar se aquela melhor prática se adequa a minha necessidade atual enquanto empresa, pois nem tudo que funciona para uma empresa, necessariamente funcionará para a outra empresa. Cada organização tem sua cultura, história, ritmo, características específicas do time, entre inúmeras outras particularidades que a faz única.
E quando falamos em logística temos aí uma série de particularidades, porém uma se faz muito comum, eliminação de desperdícios.
Mas o que vem a ser isso?
A eliminação de desperdícios é a busca pela alta performance aliada a redução de custos desnecessários identificados nas operações.
Operações logísticas são em sua essência geradora de custos para as organizações, porém já sabemos que se bem geridas são também fonte de grande competitividade e lucratividade para as organizações. Em momentos de instabilidade econômica, vemos na eliminação de desperdícios algo mais que essencial e necessário para a manutenção da competitividade e porque não, sobrevivência das organizações.
A eliminação de desperdícios vem da identificação de atividades, rotinas e fluxos que não agregam real valor para o negócio e produto.
Exemplo que podemos citar são processos desnecessários, excesso de tempo de espera, retrabalho, perdas de material, entre outros.
Mas por onde começar?
É importante que o trabalho de eliminação de desperdícios nas operações logísticas se inicie mapeando toda a operação atual com um time de pessoas da própria organização e de níveis hierárquicos diferentes. Neste mapeamento se identificará e destacará os pontos de melhoria, ou seja, os pontos onde se existe algum tipo de perda na operação. Caso esteja difícil ou superficial a percepção do time escolhido sobre a operação para realização do mapeamento, se faz necessário que este time vá a operação para observação e coleta de informações na própria operação junto a pessoas ali envolvidas.
Feito este mapeamento e destaque dos pontos de desperdícios faz-se um levantamento de quais seriam as possíveis ações de melhoria, priorização das ações, definição dos prazos e donos. Após este momento inicia-se a implantação/readequação das atividades a serem otimizadas (melhoradas).
É essencial o envolvimento, treinamento e entendimento da equipe que é foco da melhoria. Finalizamos com o acompanhamento contínuo e apuração dos resultados.
Podemos então concluir que a eliminação de desperdícios nas operações deve ser algo contínuo e natural, porém em momentos de retração de mercado se fazem ainda mais essenciais para a manutenção da competitividade e sobrevivência das organizações. E se o time já está rotineiramente envolvido em melhorias não será difícil conseguir rápidos resultados.
Mãos a obra, pois o momento demanda eliminar as ineficiências internas.
Viviane Pimenta, especialista em Logística pela UFMG, é consultora pela Logística Líder e professora universitária pela Faculdade Promove em Sete Lagoas. Contato: 31 3773-9819 / consultoria@logisticalider.com.br