Se os consumidores fossem realmente compreendidos pela padaria perto de suas casas, pelo supermercado do bairro ou pelo açougue da esquina, entre outros, seriam, afinal, mais bem atendidos e, consequentemente, se sentiriam mais satisfeitos e esta satisfação ampliada se converteria em vendas crescentes. Parece lógica tal afirmativa, mas, na prática, não é.
Estamos falando de mudanças, não é mesmo? Mas isso assusta, porque sair da zona de conforto pode incomodar as empresas, e mais, ainda existe enraizada no mercado aquela velha máxima segundo a qual, em time que está ganhando, não se mexe.
Agora, não “mexer” significa, literalmente, deixar como está. Mas, e você,acredita mesmo que o mercado não está evoluindo? Fazer todos os dias as mesmas coisas e, esperar resultados diferentes, é a maior prova de insanidade, já dizia Albert Einstein.
Não espero que as mudanças sejam tão drásticas como a que veremos abaixo, mas ilustro com uma estória conhecida, o que uma mudança pode proporcionar no final.
Conta-se que um mestre e seu discípulo peregrinavam em uma região muito pobre e pediram pousada em um humilde casebre. O dono da casa recebeu-os cordialmente e desculpou-se por não poder oferecer mais do que uma xícara de leite. Explicou que toda a sua alimentação dependia de uma magra vaquinha cujo leite era divido em duas partes, uma para consumo e a outra para ser trocada por outros alimentos na cidade. E assim, sobrevivia a família em uma indizível penúria.
No dia seguinte, despediu-se o mestre e, ao afastar-se da casa, viu a tal vaquinha, pastando mansamente à beira de um barranco. Ordenou então ao discípulo: “empurre a vaca pelo barranco”. O discípulo, mesmo sem entender, obedeceu e a pobre vaquinha estatelou-se, morta, no fundo do barranco. O mestre deu-se por satisfeito e seguiram a viagem.
Anos se passaram, sem que o discípulo esquecesse aquela família e se recriminasse por ter sido, talvez, o carrasco de seu destino. Um dia, quando seu mestre já havia morrido, o discípulo voltou àquela região e procurou o casebre onde morava a família. Encontrou, em seu lugar, uma imensa casa, ricamente decorada, abençoada com grande fartura.
O dono da casa se tornara um próspero comerciante e seus filhos, já homens feitos, estavam trabalhando, produtivos, felizes e saudáveis. Espantado, o discípulo indagou as causas de tão profunda mudança, ao que o dono da casa explicou: “lembra-se da vaquinha que nós tínhamos? Ela caiu do barranco e, sem ela, nós passamos alguns dias de terrível necessidade e fome. Porém, diante da miséria, tivemos que buscar soluções alternativas e fomos descobrindo potenciais de que nem sequer desconfiávamos. Criamos novas possibilidades, fomos crescendo e o resultado é esse que você vê. Então, finalmente, o discípulo entendeu a sabedoria de seu falecido mestre.
Fica então a pergunta:
Qual a vaquinha (ou vaquinhas) que estamos dispostos a empurrar barranco abaixo para obtermos melhores resultados? Talvez, um bom começo, seja pela “vaquinha da vaidade” que norteia muitas empresas no mercado, não lhes permitindo enxergar o quanto uma “mudança” é imprescindível.
Portanto, mudanças são necessárias o tempo todo e, sendo assim, procure ouvir seu cliente, quem sabe ele lhe dá uma força no “arremesso de vaquinhas”.
Agora é com você!
Wagner Alessandro Nogueira é Administrador de Empresas e Pós-graduado em Gestão de Negócios – Consultor e Instrutor em Gestão Empresarial.