Certa vez presenciei a discussão sobre um caso bastante curioso.
O gestor de uma indústria havia pedido a um determinado funcionário que cotasse o preço de um insumo numa empresa “X”. Dias passaram e o gestor perguntou ao funcionário qual seria o valor daquele insumo, e o mesmo disse realizou a consulta por e-mail e este não fora respondido ainda. O gestor então questionou ao colaborador se este teria alguma solução para o caso, e o que eu presenciei foi a argumentação do funcionário, dizendo que assim que recebesse o e-mail de volta daria notícia. Não contesto a eficiência do processo, só quero ilustrar que a memória do funcionário se estendeu ao correio eletrônico como forma de desocupar a cabeça. Apesar do tempo, ele não esqueceu da cotação! Estava bem ali na frente, no seu Outlook express.
Outras situações que fazem parte do nosso cotidiano:
– Puxa vida, esqueci de fazer isso… mas estava na agenda!
– Não retornei o telefonema… mas estava em chamadas não atendidas no smartphone!
– Não troquei o óleo do carro, passou a quilometragem… mas estava no adesivo colado no lado interno do para-brisa!
– Esqueci de pagar a conta de energia elétrica… mas a conta estava em cima da mesa o tempo todo!
Permita voltar na história
Desde cinco mil anos atrás os seres humanos procuram aumentar sua capacidade de memória.
Isso tudo começou a ter sentido, mas se deparou com a seguinte situação: quanto mais memória, mais dados para “ocupar o espaço”, e depois?! Como acessar o que foi guardado?
Junto a isso, a história também nos conta que não muito longe da época da escrita, surgiram as transações comerciais. Nasciam então os negócios e consequentemente os negociantes.
A necessidade de organizar as transações comerciais, pelos volumes cada vez maiores, mostrou-se como um grande limitador da memória, não que a capacidade de memória na época fosse menor que hoje (não tenho base científica para atestar isso), mas pelo mesmíssimo problema que nos aflige – a recuperação do que foi depositado na memória.
Certamente isto é uma aflição para todos aqueles que lidam com volumes de informação cada vez maiores.
Pecamos hoje pelas promessas não cumpridas, de retorno, de prazos, por não “aparecer” na hora combinada, por não entregar o prometido. As desculpas são tão antigas que acredito terem sido inventadas junto da capacidade de comunicar e neste momento me refiro ao sinal de fumaça, porque este posso mandar de longe para não encarar o outro.
O que você está fazendo para evitar que promessas não deixem de ser cumpridas? Para que seus prazos sejam cumpridos em tempo hábil?
Vamos lá, nesta nossa época, temos extensores de memória – smartphone, agendas, PCs, etc.
Somos convidados a utilizar desde o mais simples papel e lápis ao mais sofisticado sistema em nuvem multi plataforma, mas nada disso sobrepõe a necessidade de gerenciamento.
Basta escrever em algum local? Basta colocar na agenda? Lógico que não.
É melhor usar tecnologia ou no tradicional manuscrito mesmo? Depende, tem pessoas analógicas como também digitais – como se sente mais confortável?
Pare e reflita sobre isso que está lendo, pois tem muito a ver com a gestão e otimização do seu tempo. Afinal, retrabalho tende a não só ter custo maior como também retarda nossa produtividade.
Gaste o tempo que for necessário para se organizar. Reflita: “Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado.” Abraham Lincoln
Efetividade é isso, não prometa se não estiver organizado para cumprir.
Wagner Alessandro Nogueira é Adm. de Empresas com Pós-graduação em Gestão de Negócios e MBA em Gestão de Varejo e Vendas. Consultor e Instrutor em Gestão Empresarial. Contato: consultoria@officebr.com