Logo

Correios precisam cortar gastos para não ser privatizado

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse nessa terça-feira (28) que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) terá que fazer “cortes radicais” de gastos para evitar a privatização. A estatal teve prejuízos de R$ 2,1 bilhões em 2015 e R$ 2 bilhões no ano passado. O ministro disse ainda que o governo não socorrerá a empresa financeiramente.

“O governo não tem recursos. Não haverá injeção de recursos do governo nos Correios. Isso é uma definição de governo, que conta com nosso apoio. Ou rapidamente os Correios cortam gastos, além daqueles que foram feitos, devemos continuar cortando mais. Não há saída, senão vamos rumar para a privatização”, disse Kassab, após cerimônia de sanção da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão, no Palácio do Planalto.

Foto Ilustrativa: jornalnanet.com.brFoto Ilustrativa: jornalnanet.com.br

Em dezembro do ano passado, o presidente da estatal, Guilherme Campos, já havia anunciado um plano de demissão voluntária para aliviar os cofres da empresa. Kassab disse que é contra a privatização e que a empresa e ele próprio farão todo o esforço para evitá-la. “Eu, pessoalmente, sou contra a privatização e trabalho como ministro para que não aconteça. Mas não há caminho. Ou cortamos o gasto e conseguimos mais receitas com serviços adicionais, ou vamos caminhar para a privatização, no todo ou em parte dos Correios”.

Para o ministro, os Correios sofreram com má gestão e corrupção – em referência ao esquema do Mensalão, que envolveu dirigentes da empresa indicados pelo PTB – em anos anteriores, mas elogiou o trabalho do atual presidente, a quem chamou de “figura inatacável”. “Concordo que houve má gestão. Má gestão é corrupção, é loteamento, é não ter capacidade de encontrar receitas adicionais e não fazer os cortes se não encontra mais receita. A empresa está correndo contra o relógio”.

O presidente da estatal, Guilherme Campos, informou ao jornal o Globo que os Correios vão passar nos próximos meses por uma transformação. Uma das mudanças mais sensível à sociedade será chamada de Distribuição Diária Alternada (DDA), em que os carteiros deixarão de passar diariamente nas localidades. “As pessoas não precisam mais da frequência diária dos carteiros. Com uma queda expressiva da atividade postal, você (não pode) querer manter o mesmo nível de serviço do passado”, explicou Campos.

Campos também mencionou a reestruturação da estatal que deve incluir corte de benefícios e de pessoal. Uma dessas medidas é enxugar o plano de saúde, que inclui cobertura para famílias e pais dos servidores. Os Correios pagam 93% do custo per capita do plano. “Não quero acabar com o plano de saúde, nem o ministro Gilberto Kassab, mas, se não houver acordo entre nós, vai vir (da Justiça e do governo) uma decisão dura nesse sentido, por causa da lei do teto de gastos. Não virá dinheiro do Tesouro para cobrir esse tipo de coisa,” afirmou.


Da Redação com Agência Brasil e o Globo



Publicidade

© Copyright 2008 - 2024 SeteLagoas.com.br - Powered by Golbe Networks