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Veja como foi sexto dia de paralisação dos caminhoneiros em grande parte do país

Os protestos dos caminhoneiros nas rodovias do país chegaram neste sábado (26) ao sexto dia. Mesmo após o governo federal ter autorizado o uso de forças de segurança para desobstruir as vias, a categoria permaneceu bloqueando parte das estradas e com caminhões parados nos acostamentos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está multando quem se recusa a sair da pista e policiais estão escoltando caminhões-tanque das refinarias até seu destino final.

Prejuízo é grande em todo o país, devido a greve dos caminhoneiros/Foto: divulgaçãoPrejuízo é grande em todo o país, devido a greve dos caminhoneiros/Foto: divulgação

Na maior parte das grandes e médias cidades, a frota do transporte público foi reduzida de 30% e 40%. Os atendimentos hospitalares se limitaram às emergências e às ambulâncias. Marcações de consulta e cirurgias foram adiadas. Em algumas cidades, como Brasília, os postos estão voltando a ter combustíveis, mas as filas de motoristas continuam enormes. Em São Paulo, muitas estradas permanecem bloqueadas e o combustível é suficiente somente até segunda-feira para os serviços essenciais. A polícia e governo estadual negociam a liberação das rodovias.

Veja como foi o sexto dia de paralisação dos caminhoneiros:

Belo Horizonte

Em Minas Gerais, por ter a maior malha rodoviária que liga as diversas regiões do país, as manifestações estão prejudicando em quase todos os setores da economia. 

Risco de desabastecimento de água. Suspensão da coleta de lixo. Falta de materiais nos hospitais. Postos sem gasolina e álcool. Escolas, universidades e faculdades sem aula. Parques e zoológicos fechados. Esses são alguns dos serviços públicos prejudicados em Minas Gerais devido aos protestos de caminhoneiros contra a alta no preço dos combustíveis. Na lista que aumenta a cada dia, a mobilidade urbana também é atingida, e quem sofre é a população.

Na sexta-feira (25) foi dia de caos, os ônibus circularam com quadro de horário de domingo, fazendo viagens com intervalos maiores e com menos veículos rodando. O resultado foram longas filas em pontos de coletivos e nas estações do Move, muita revolta e protestos. Pneus foram queimados e a Estação Pampulha chegou a ficar fechada pelos manifestantes. Hoje, a BHTrans anuncia que manterá o esquema de circulação com metade dos ônibus, o que serve de alerta para os usuários.

Produtores afirmam que o mercado de hortifrútis está zerado. Os reflexos podem ser vistos nas prateleiras dos supermercados e mercado

 São Paulo

O governador Márcio França anunciou a suspensão da cobrança do eixo suspenso, usado pelos caminhões que trafegam sem carga total, nos pedágios das rodovias paulistas. A medida faz parte de um pacote de medidas negociado para a desobstrução das estradas. A interrupção da cobrança começa a vigorar a partir da 0h de terça-feira (29), prazo negociado pelos líderes dos caminhoneiros para liberação das rodovias, principalmente trechos da Régis Bittencourt (que liga aos estados do Sul) e do Rodoanel (que interliga rodovias na região metropolitana paulista). França prometeu ainda retirar as multas aplicadas pela Polícia Rodoviária aos caminhoneiros parados nas rodovias.

Já o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que o combustível para a maior parte dos serviços essenciais está garantido somente até segunda-feira (28). A prefeitura decidiu manter, por tempo indeterminado, o estado de emergência.

Municípios da grande São Paulo e do interior também decretaram situação de emergência.

Guarulhos operou com 30% da frota de transporte público e amanhã (27) terá 25% dos ônibus nas ruas. Na segunda-feira (28), está prevista uma frota de 40% dos veículos. Foram suspensos serviços de zeladoria, tapa-buracos, feiras livres e coleta de lixo doméstico. A coleta de resíduo hospitalar terá prioridade nas unidades de maior movimento. O serviço funerário está garantido até quarta-feira (30).

Já Diadema suspendeu as coletas de análises clínicas e o transporte de fisioterapeutas. O recolhimento dos Ecopontos (entulho, madeira, móveis e sobra de construção) está suspenso, já que foi priorizada coleta de lixo doméstico – o combustível para remoção de lixo dura até terça-feira (29).

Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro permanece em estágio de atenção. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio diz que com a manutenção da greve dos caminhoneiros, o desabastecimento de combustível “afeta drasticamente a mobilidade no município”. Em uma escala de três, o estágio de atenção está no segundo nível e significa que um ou mais incidentes impactam, no mínimo, uma região, provocando reflexos relevantes na mobilidade.

Parte do BRT, sistema de ônibus expresso do Rio de Janeiro, voltou a funcionar, com 28 ônibus articulados em circulação. Outras linhas continuam sem funcionar. Escoltados pela polícia, cinco caminhões-tanque deixaram a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, para abastecer o BRT.

Por falta de combustível, o transporte de barcas entre o Rio e Niterói foi totalmente suspenso neste sábado.

O Exército disponibilizou um contingente de soldados para dar apoio à Polícia Militar (PM) na segurança em torno da Reduc.

O Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros em Duque de Caxias e Magé informou que 259 linhas sofreram impacto e o serviço corre risco de ser interrompido. A paralisação por falta de combustível envolve dez empresas.

Brasília
O abastecimento de combustível no Distrito Federal começou a voltar e deverá estar normalizado até segunda-feira (28), segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis). Os postos estão com filas enormes de motoristas que aguardam para abastecer os carros. De acordo com o sindicato, o abastecimento amanhã (27) funcionará em esquema de plantão e os caminhões continuarão a ser escoltados por policiais.

O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek operou com restrições. De acordo com a Inframerica, concessionária que administra o terminal, somente pousaram no aeroporto aviões com condições de decolar sem abastecimento. A companhia Latam trouxe um avião com combustível para abastecer seus aviões.

Para o governador Rodrigo Rollemberg, está descartada a possibilidade de decretar estado de emergência. A prioridade, segundo ele, concentra-se em saúde, segurança e transporte público. Rollemberg suspendeu a cobrança de multas de motoristas que fazem fila dupla e param nas pistas à espera do abastecimento nos postos.

Salvador
Os serviços de limpeza urbana também foram afetados em várias capitais. Em Salvador, o prefeito Antonio Carlos Magalhães Neto assegurou que os serviços funcionarão, mas não na sua totalidade.

Manaus
Em decorrência dos impactos da paralisação dos caminhoneiros, a cidade de Manaus entrou em estado de emergência. O prefeito Arthur Virgílio Neto decretou a medida por causa da falta de combustíveis na capital amazonense. O decreto ficará em vigor até a normalização do serviço de abastecimento.

Aracaju
A frota de transporte coletivo de Aracaju sofreu redução de 50% neste fim de semana por causa dos baixos estoques de diesel.

Os caminhoneiros estacionados em vários pontos no acostamento da BR 101, no trecho que passa por Sergipe, deixaram o local após notificação de decisão judicial. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os caminhoneiros estavam nas chamadas áreas de segurança, como pátios dos postos de combustíveis. Os manifestantes permitiram que caminhões com carga viva, medicamentos e insumos hospitalares seguissem a viagem.

Da Redação com EBC



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