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Cientistas confirmam que coletores menstruais são econômicos, saudáveis e seguros

A prática e o apoio das amigas são fundamentais para que 70% das mulheres continuem a usar coletor menstrual. A constatação vem de uma revisão de 43 estudos, publicada na revista científica sobre medicina “The Lancet Public Health”. A pesquisa, que incluiu dados de 3.300 mulheres jovens e adultas, também afirma que os chamados “copinhos” são seguros para a saúde e protegem mais contra eventuais vazamentos — neles o sangue extravasa até menos do que nos absorventes descartáveis.

Coletor menstrual pode ser encontrado em diversas cores | Foto: Reprodução/FacebookColetor menstrual pode ser encontrado em diversas cores | Foto: Reprodução/Facebook

Segundo Penelope Phillips-Howard, principal autora do estudo, poucos trabalhos científicos até então compararam a eficácia e a segurança de produtos higiênicos usados pelas mulheres durante o fluxo. “Nosso objetivo foi resolver isso resumindo o conhecimento atual sobre vazamento, segurança e aceitabilidade dos copos menstruais, comparando-os a outros produtos”, disse.

A maior diferença dos coletores em relação ao demais é que eles coletam o fluxo sanguíneo em vez de absorvê-lo. Assim como absorventes internos, eles são inseridos na vagina e podem ser esvaziados em até 12 horas. Quando ele se enche, a mulher o retira, lava e coloca novamente.

O estudo analisou também eventuais riscos do acessório à saúde feminina, e a conclusão é que ele não aumenta a probabilidade de infecções. Dentre todos os casos avaliados, houve cinco episódios de Síndrome do Choque Tóxico (SCT) — infecção causada pela toxina de bactérias específicas e que, nas mulheres, costuma ser provocada pelo uso prolongado de absorvente interno. Como não há um levantamento oficial do número de usuárias do copo menstrual, não é possível comparar o índice de SCT com o de outros métodos. O coletor tampouco se mostrou nocivo à flora vaginal. Em estudos que examinaram a vagina e o colo do útero, nenhum dano tecidual foi identificado.

Sustentabilidade

A diferença de preço também foi analisada e mostrou que os coletores são mais econômicos em longo prazo. Na hora da compra, eles até custam mais caro do que um pacote de absorvente, no entanto podem ser usados por até uma década. Os resíduos de plástico que vão parar na natureza também podem ser reduzidos: em dez anos, estima-se que um coletor crie 0,4% dos resíduos gerados por absorventes externos ou 6% dos produzidos por absorventes internos.

Moral da história: ao que parece, o copinho é uma boa não só para o dia a dia das mulheres, mas também para a saúde, o bolso e o meio ambiente.

Uso com DIU deve ser mais estudado

Globalmente, estima-se que 1,9 bilhões de mulheres — cerca de 26% da população — tivessem idade menstrual em 2017, gastando em média 65 dias no ano lidando com o fluxo menstrual. No entanto, mesmo em países com recursos limitados (em que há, por exemplo, falta de saneamento, higiene e privacidade) as mulheres não deixaram de usar o copinho.

Porém, para os pesquisadores, a combinação do coletor e métodos anticoncepcionais, como o DIU, ainda precisam ser mais bem estudadas. A dificuldade de remover o copinho do canal vaginal (a ponto de precisar ir ao médico) foi relatada duas vezes para coletores vaginais e 47 vezes para copos cervicais. Algumas mulheres usam esses utensílios junto com dispositivos intrauterinos, como DIU. Em 13 casos, o item contraceptivo acabou saindo na hora em que a mulher foi tirar o coletor.

Com Super Notícia



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