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Gasolina e inflação no Brasil devem aumentar segundo especialistas

O consumidor brasileiro deve se preparar já para sofrer os impactos da crise provocada por ataques no fim semana a infraestruturas petroleiras na Arábia Saudita, que o governo dos Estados Unidos (EUA) atribuiu ao Irã, e que levaram ao corte de metade da produção do maior exportador mundial do óleo.

Foto: ReproduçãoFoto: Reprodução

Especialistas ouvidos pelo Estado de Minas concordam em que os impactos devem ser sentidos nas bombas dos postos de gasolina a partir da próxima semana, caso persista a instabilidade dos preços do petróleo, com viés de alta.

O ataque a unidades da petroleira Saudi Aramco, na Arábia Saudita teria sido equivalente ao atentado contra as torres gêmeas, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, considerando-se o risco imposto ao mercado de petróleo, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, em rede social.

Já o governo brasileiro afirma que não haverá reajuste de preços em decorrência do ataque no Golfo.

Para o mercado financeiro, a Petrobras deve seguir com sua atual política de preços atrelados ao movimento das cotações no mercado internacional, alterando os valores dos combustíveis no país, quando houver mudança de patamares no exterior. O uso político das estratégias da companhia, para atender demandas do governo, é condenado por analistas de bancos e corretoras, além dos próprios investidores.

Ainda em relação a reflexos possíveis da crise no Golfo Pérsico, sempre que os combustíveis encarecem, o frete das mercadorias fica mais alto e isso reflete nos preços de praticamente todos os produtos e serviços, com consequências indesejáveis sobre a inflação.

A maior incerteza no cenário internacional pode, ainda, interferir na política monetária no Brasil, contendo a redução da taxa básica de juros, a Selic, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio.

Com a disparada das cotações no mundo, as ações da Petrobras tiveram, nessa segunda-feira (16), valorização de 4,52% dos papeis ordinários (com direito a voto) e de 4,39%, no caso dos preferenciais. A petroleira tende a ganhar com a crise no Golfo Pérsico também na oferta de áreas para investidores na camada do pré-sal, as quais devem, da mesma forma, ficar mais valorizadas.

A amplitude dos efeitos da crise devem ser medidos nos próximos dias. Para Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o momento será uma espécie de “teste de fogo” para verificar como o atual governo vai conduzir, agora, a política de preços dos combustíveis. “De qualquer maneira, o preço vai ficar alto e vai ter que aumentar por aqui também. Aí teremos que ver como a Petrobras vai fazer”, afirmou.

Segundo estimativa de Adriano Pires, em cerca de uma semana os investidores começarão a pressionar a estatal por alguma medida diante da crise internacional e como ela vai se posicionar. “Não deve demorar muito tempo, no máximo uma semana, para ver os reflexos e ver o que pode fazer. Acima desse prazo o mercado já deve começara pressionar e o preço (nas bombas) deve aumentar”, avalia.

Com Estado de Minas



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