Quem quiser tirar a Carteira Nacional de Habilitação, CNH, a partir de agora terá de passar por cinco aulas em um simulador de direção instalado nas autoescolas. A nova regra, que começou a valer na quarta-feira, 1, no país, vai elevar em até 20% o valor gasto na emissão do documento. Antes da mudança, o interessado em obter a permissão para dirigir tinha de desembolsar, em média, R$ 1,2 mil, sendo aprovado no primeiro exame de legislação e de direção. Com a alteração, esse valor subirá em até R$ 250.

Modelo de simulador obrigatório para as autoescolas / Foto: Real Simuladores

Definida por resolução do Conselho Nacional de Trânsito, Contran, a norma para o uso do simulador é válida apenas para a categoria B, habilitação para automóvel. As cinco primeiras aulas no simulador, de 30 minutos cada, devem ser feitas obrigatoriamente antes do início da parte prática nos carros. As atividades no simulador não diminuem o número mínimo de aulas práticas exigidas: 20 aulas de 50 minutos.

O problema enfrentado pelos proprietários de autoescolas que querem se adequar a lei e instalar o equipamento é que apenas quatro empresas em todo o país estão habilitadas a fornecer o simulador que custa em média R$ 40 mil e tem mais um custo mensal de manutenção que varia entre R$ 750 e R$ 1,7 mil. “Uma das empresas me pediu 90 dias para entregar o simulador, ainda não sei o que fazer. Mas vou comprar equipamento”, afirmou o proprietário da autoescola Habilitar, Breno Bueno. Ainda segundo o empresário, a aula no simulador vai custar em média R$ 50. “Tem o custo de manutenção e atualização do software além de reposição de peças”, justifica. 

As aulas simuladas também não têm caráter eliminatório. A ideia do simulador é permitir que o estudante se familiarize com situações de risco. A cada aula, o aluno vê o nível de dificuldade aumentar. A simulação começa com conceitos básicos e vai incorporando situações de adversidade, como trafegar em vias de grande movimento, em pista escorregadia ou sob neblina intensa. O equipamento é bem parecido com a realidade e tem a estrutura idêntica à do carro.


Por Marcelo Paiva com Hoje em Dia