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Cerca de 700 pessoas participam de debate sobre movimentos sociais no Unifemm

Nos últimos 12 meses, a Copa do Mundo levanta acaloradas discussões, onde, muitas vezes, há posições radicais, em que para uns as obras são investimentos e para outros gastos desnecessários, dentre outras questões. As manifestações tomaram conta das ruas, como poucos momentos vistos no Brasil nos últimos 30 anos, seja nas Diretas Já na década de 1980 ou os Caras Pintadas em 1990.

Evento foi realizado no auditório do Unifemm / Foto: DivulgaçãoEvento foi realizado no auditório do Unifemm / Foto: Divulgação

O evento realizado pelo UNIFEMM, através do curso de Direito, na última segunda-feira, 19, procurou analisar o atual momento vivido pela democracia no País, à luz dos 50 anos do Golpe Militar de 1964. No palco do Auditório, dois Deputados Federais mineiros com experiências distintas vividas durante a Ditadura Militar, Nilmário Miranda (PT) e Bonifácio de Andrada (PSDB), foram convidados para um debate sobre o tema “Vai ter Copa? Os movimentos sociais no processo democrático/1964-2014”, intermediados pelo professor Geraldo Magela Lopes.

Na abertura, o Reitor do UNIFEMM, Dr. Antônio Fernandino de Castro Bahia Filho, falou sobre a importância do debate para o fortalecimento das instituições democráticas do País. “Conviver e respeitar a diferença é um dos maiores desafios do mundo moderno. Nossa instituição tem como um dos principais pilares o compromisso com a ética e com o respeito ao outro”, afirmou. Para ele, a realização de eventos com este perfil tem o objetivo de ampliar o conhecimento dos alunos para temas pertinentes em discussão no momento. “Temos de ter ciência de que o aprendizado não é mais apenas realizado nos bancos escolares. Hoje é preciso se manter atualizado para completar o conhecimento”, enfatizou o Reitor.

Como convidado para participar do evento, o Deputado Nilmário Miranda considerou o debate, realizado dentro de um Centro Universitário, como essencial para a manutenção da democracia no Brasil. “É muito importante para as gerações que não viveram os tempos do Governo Militar entenderem o que é uma ditadura. Uma ditadura que censurava, perseguia, torturava, criminalizava e matava a oposição. Tudo isso deve ser conhecido para não se repetir”, observou.

Da mesma forma, o Deputado Bonifácio de Andrada considerou positiva a realização do evento dentro do UNIFEMM, como um espaço ideal para a discussão do tema proposto. “A democracia é um dos temas básicos para a comunidade, pois o regime democrático permite ter liberdade e seus direitos garantidos e, por isso mesmo, permitir a população progredir. O que foi discutido é importante não só para a comunidade, mas para a cidade e também para o País”, avaliou.

Apesar de estarem alinhados a partidos considerados opositores, os deputados foram unânimes quando se tratou de recriminar a violência e a repressão durante a Ditadura Militar. “Apesar de fazer parte do governo naquela época, eu era totalmente contra as torturas. Algumas vezes bati de frente com generais quando falávamos sobre o assunto”, recordou Bonifácio de Andrada. Mesmo com o terror vivido durante o Governo Militar, de ser perseguido e torturado, Nilmário Miranda reconhece que houve avanços após o período. “Depois de 500 anos, o Brasil conseguiu aprovar uma lei que tipificou a tortura como crime. Isso só aconteceu após crimes bárbaros da época que chocou o País”, avaliou o Deputado Federal.

Para Bonifácio de Andrada, as manifestações são fruto de uma indignação da população para a falta de resolução dos problemas sociais do Brasil. “Os manifestantes exigem respostas que não estão sendo dadas. Problemas como saúde ou educação e mesmo a conduta duvidosa de homens públicos, vem levado a população a um tipo de decepção, que impulsiona essa revolta”, ponderou. Na visão do Deputado Nilmário Miranda, a democracia está em constante processo de evolução, e as manifestações devem fazer parte do processo democrático brasileiro. “Há sempre ao longo da história avanços e retrocessos. O que nós precisamos é ter um compromisso de não permitir a violência, de conduzir uma cultura de paz. Esse precisa ser o pacto”, ponderou.

Além dos Deputados, o debate contou com a participação do público presente, entre comunidade acadêmica, alunos, professores, e pessoas interessadas no assunto, com perguntas direcionadas aos debatedores. Também estiveram presentes o vice-prefeito de Sete Lagoas, Dr. Ronaldo João, e representantes da Câmara Municipal. No total, cerca de 700 pessoas acompanharam o evento no auditório do Unifemm.

Ascom Unifemm



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