Logo

Dados de estação meteorológica impressionam sobre falta de chuva e altas temperaturas

A estação meteorológica instalada dentro da fazenda da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, realiza medições diárias sobre temperatura e chuvas e os números recentes são impressionantes e justificam o tempo seco e o forte calor. De acordo com dados divulgados pelo Chefe do Departamento de Ciências Agrárias e professor da UFSJ, André Hirsch, há um déficit de chuva de quase 70% na cidade em relação ao último ano.

O estudioso fez uma compilação dos dados para mostrar que a falta de chuvas em número satisfatório é um dos motivos para a onda calor e o tempo seco. Os números, de acordo com André, “indicam que, até o momento, choveu apenas 270.6 milímetros, quando pelas Normas Climatológicas, NC, de 88 anos (1926 - 2014) já deveria ter chovido 824.45 mm, ou seja, um déficit de 67.2%”.

Fins de tarde têm sido de tempo seco e baixa umidade / Foto: Max TadeuFins de tarde têm sido de tempo seco e baixa umidade / Foto: Max Tadeu

O professor destaca que mesmo se chover até o fim do ano seguidamente, o que não deve acontecer, segundo as previsões, ainda assim o número de chuvas seja deficitário em relação à média histórica. “Mesmo que até o final do ano chova tudo o que puder cair dos céus, ou seja, os 466.75 mm indicados pelas NC para fechar os 1.345.23 mm de precipitação média anual, ainda assim vamos ter um déficit de 34.7%. Pobres plantas, de onde vão sugar água”, questiona.

Em termos de temperatura, a estação da Embrapa registrou 38° na quinta-feira, 16. Segundo o professor, “a última vez que ocorreu esta máxima foi em 29 de outubro de 1980”, há 34 anos.

O levantamento mostrou ainda que “a umidade relativa do ar está absurdamente baixa este ano”. Os números mostram que nos últimos finais de tarde a umidade chegou aos 14%, apenas 2% acima do limite de 12% estabelecido pela Organização Mundial de Meteorologia como estado de emergência.

Embasado nos números do levantamento André conclui que “o clima de Sete Lagoas está se tornando insuportável”. O professor chegou ao veredicto depois de acrescer os números “a fumaça dos 136 mil focos de incêndios florestais registrados no Brasil em 2014, e o pó de mineração emitido pelas 21 siderúrgicas”.



Por Marcelo Paiva com André Hirsch



Publicidade

© Copyright 2008 - 2024 SeteLagoas.com.br - Powered by Golbe Networks