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Sete Lagoas deixa de realizar cirurgias eletivas pelo SUS

Por redução de repasse ao SUS através da União desde dezembro do ano passado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) suspende cirurgias de média complexidade no estado de Minas. Por mês, 12 mil operações eletivas como de oftalmologia, ortopedia, otorrino, vascular e urologia deixarão de ser feitas.

A SES recomendou aos cem municípios que têm gestão plena do SUS, e que também estejam sem receber os recursos, a fazer o mesmo. A medida segundo a secretaria é uma forma de não elevar a dívida junto aos municípios e seus prestadores de serviços, e que sejam definidas novas regras para a continuidade dos atendimentos.

Além de Belo Horizonte, Sete Lagoas também já anunciou a suspensão das cirurgias. Contudo, algumas intervenções consideradas fundamentais, que somam cerca de 8 mil ao mês, em todo Estado, continuam sendo realizadas.

Por meio de nota a SES esclarece que “cirurgias prioritárias (inclusive algumas de média complexidade) continuam sendo feitas com os recursos do SUS, respeitando os limites do teto estadual”.

De acordo com o presidente da Associação dos Municípios da RMBH (Granbel), Carlos Murta, prefeito de Vespasiano, o corte nas cirurgias eletivas na capital, que atende boa parte da demanda da região metropolitana, deve gerar um “caos” no sistema público de saúde de BH.

Existe um acordo entre a PBH e os governos estadual e federal, para que a suspensão dos atendimentos não seja feita tão abruptamente. Mas o prefeito reconhece as dificuldades da capital. “BH não pode pagar sozinha o custeio da saúde de toda região, mas isso virou praxe pela falta de investimentos das outras esferas de governo”. Murta alerta para o risco de aumento da mortalidade caso BH “feche as portas” para os pacientes da região.

Por meio de nota, a prefeitura de Belo Horizonte justifica a medida para garantir o cumprimento de compromissos fiscais e financeiros. Reforça que há um déficit de R$ 42 milhões entre o que foi executado pelo município na realização das cirurgias e o que foi repassado pelo Ministério da Saúde.

Em BH, 13 mil pessoas deverão ficar desassistidas somente neste ano. Helena Caixeta, que acompanhava nessa quarta (1º) o filho Alex de Souza, de 18 anos, para uma consulta com a equipe de neurologia da Santa Casa, estava aflita. O jovem passou por um tratamento malsucedido em Patos de Minas (Alto Paranaíba), durante cinco anos, e agora confia nos médicos da capital. “Estou sem opção para fazer o tratamento do meu filho”, disse a mãe.

Diariamente hospitais de Belo Horizonte recebem pacientes de todo o estado / Foto: Ricardo BastosDiariamente hospitais de Belo Horizonte recebem pacientes de todo o estado / Foto: Ricardo Bastos

Entretanto o Ministério da Saúde, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que todo recurso que está em atraso para realização de cirurgias eletivas em Minas Gerais será pago de forma retroativa, até fevereiro ou março, a partir “dos próximos dias”. O órgão ainda alega que em breve publicará uma portaria sobre novos recursos para os procedimentos.

As unidades da Capital que deixaram de realizar as cirurgias eletivas “pacientes imigrantes” são: Centro Oftalmológico, Hospital Sofia Feldman, Hospital Evangélico, Hospital São Francisco, Hospital Alberto Cavalcanti, Hospital Odete Valadares, Santa Casa, Hospital Julia Kubitschek, Hospital das Clínicas, Hospital Padre Anchieta, Hospital Municipal Odilon Behrens, Hospital Hilton Rocha, Hospital Madre Teresa, Hospital Mário Penna, Hospital da Baleia, Hospital da Criança, Biocor e Hospital São José.

Da redação com Hoje em Dia



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