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Cida Couto: a grande homenageada do III Festival de Inverno de Sete Lagoas

O tema desta terceira edição do Festival de Inverno de Sete Lagoas é “Em casa de bamba tem samba”, uma homenagem ao centenário do Samba, comemorado em 2016. A grande homenageada do evento é a carnavalesca, grande militante da arte e cultura local e artista plástica Cida Couto. Conheça a história desta mulher que, sem dúvidas, ajudou a transformar o cenário cultural de Sete Lagoas ao longo dos anos.

‘‘O meu maior patrimônio são as pessoas que colecionei ao longo da vida e coleção que se preze não tem fim, sempre vai haver um novo exemplar’’ - Cida Couto / Foto: Ascom SMCJ‘‘O meu maior patrimônio são as pessoas que colecionei ao longo da vida e coleção que se preze não tem fim, sempre vai haver um novo exemplar’’ - Cida Couto / Foto: Ascom SMCJ

Nascida no interior de Minas Gerais, na cidade de Itabira, Cida Couto viveu parte de sua adolescência na cidade de Raposos – MG. Casou-se aos 17 anos e ainda nessa idade teve seu primeiro filho, Carlos Antônio. Após ser abandonada pelo esposo, o criou sozinha até conhecer o grande amor de sua vida, Fabio Pires do Couto, com quem teve Flávia Patrícia Couto.

Fabio Couto foi sua alma gêmea cultural. Era poeta, compositor, apreciador da música clássica e do samba, elementos que gostava de ouvir associados em uma obra veiculada na década de 60 intitulada “O samba visita o clássico”.

Enviuvou-se aos 28 anos, grávida de seu terceiro filho, Fábio Pires do Couto Filho. Na ocasião, não sabia estar gestante e, portanto, seu companheiro faleceu sem saber que seria pai. Responsável a partir de então por cinco crianças, Eliseu Lúcio, enteado, Cosme Antônio, filho adotivo, Carlos, Flávia e Fábio.

Sem formação acadêmica, somente tinha o ensino primário, aventurou-se na venda de enciclopédias, porta a porta para sobreviver. Dividia-se entre confecção de figurinos artísticos e do vestuário próprio e dos filhos e o trabalho formal de vendedora de livros.

Nessa época conheceu o teatro. Sua casa sempre foi um laboratório de cultura onde artistas locais ensaiavam e escreviam peças teatrais. Participou de alguns espetáculos que tinham cunho político, contestadores da ditadura militar. Foi militante nesse movimento.

Sete Lagoas 

De volta a Sete Lagoas, cidade que considera como sua terra de coração, dividia-se entre três ofícios: Costureira, Cozinheira e Comerciante. Envolveu-se também rapidamente com os movimentos artístico culturais da cidade. Confeccionou vestuários para espetáculos do Expressar, para as procissões da Semana Santa e principalmente para a “Escola de Samba Dez pra Dez”, a menina de seus olhos.

Junto com a Família Abreu, participou ativamente da transformação do bloco “Batuque Dez pra Dez” em uma escola de samba. Colaborava em tudo, desde a escolha do Samba Enredo, passando pela apreciação dos figurinos, acompanhamento do trabalho nos barracões, ensaios e desfiles. A sua residência, inclusive, se tornava um dos barracões onde noites eram destinadas às confecções de alegorias e fantasias e, como sempre, as panelas estavam sempre cheias à disposição de todos que por ali circulavam.

Apesar do amor incontestável por sua escola de coração, em um dado momento sua paixão por Sete Lagoas falou mais alto e percebendo que a cidade merecia ampliar seu carnaval que já era sucesso em toda a região, fundou juntamente com os amigos José Afonso e Ada do Altíssimo uma nova Escola de Samba intitulada Bandeira Branca, sediada no bairro Boa Vista, local onde, naquele momento, fixava residência.

Cida Couto e família / Foto: Ascom SMCJCida Couto e família / Foto: Ascom SMCJ

Pela “Dez pra Dez”, foi campeã várias vezes do carnaval sete-lagoano concorrendo com a forte Imperatriz Catarinense. No período em que esteve envolvida com a escola de samba “Bandeira Branca”, fez questão de elevá-la ao patamar de competitividade com as escolas concorrentes se dedicando da mesma forma que à Dez pra Dez.

Em 1987, adquiriu sua primeira casa própria, no bairro Santa Luzia, conhecido popularmente como Garimpo, onde reside até hoje. Recentemente, vendo o carnaval da cidade se descaracterizar e percebendo que o Garimpo, berço do samba de nossa cidade, estava perdendo essa tradição. Cida acredita que o samba nesse bairro retirou muitos de caminhos perniciosos e, por isso, enfrentou todas as dificuldades impostas e, juntamente com amigos e alguns ícones do samba, reativou a escola de samba “Dez pra Dez”, primeiramente em forma de cordão carnavalesco e depois no formato miniescola nas ruas. A resposta do público foi muito positiva, o que a emocionou significativamente.

Com algumas limitações de saúde, passou a missão adiante, na esperança de que os mais novos não deixem que o samba de sua escola e de seu bairro de coração se silencie.

III Festival de Inverno

A programação do Festival de Inverno está a todo vapor com espetáculos teatrais, apresentações de música de erudita e samba de roda, rap e rock, dança, oficinas, parkour e várias outras atividades. O evento é gratuito e acontece em vários espaços públicos e privados da cidade.

Veja o que acontece hoje e nos próximos dias de festival, clique aqui.

DivulgaçãoDivulgação


Da Redação com Ascom SMCJ





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