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Festival de Cinema de Berlim receberá filme produzido em Cordisburgo

O cinema do interior de Minas Gerais está sendo bem representado no Festival de Berlim. Entre a programação do evento, ‘Alma bandida’ foi escolhido entre mais de 7 mil produções e integrará a mostra que conta com produções de 18 países. O filme produzido em Cordisburgo, Minas Gerais, está na programação oficial da Berlinale Shorts 2018.

Foto G1 DivulgaçãoFoto G1 Divulgação

O Festival de Cinema de Berlim, conhecido como Berlinale, é considerado o maior festival do mundo em termos de público. Está entre os três mais importantes ao lado de Cannes e Veneza. Todos os anos, em fevereiro, o festival realiza a Competição Oficial pelo Urso de Ouro e Prata além de mostras paralelas.

A mostra internacional realizada em Berlim, na Alemanha, será de 15 a 25 de fevereiro, e exibirá 22 filmes. Desses, 20 concorrem à grande premiação: Urso de Ouro, de Prata e 20 mil euros em dinheiro.

O curta-metragem ‘Alma Bandida’ produzido em Cordisburgo e dirigido pelo diretor Marco Antônio Pereira, foi selecionado entre os mais de 7000 filmes que chegam por ano ao festival.

O filme está cheio de metáforas e fala sobre paixão. Paixão pelos sonhos, por pessoas erradas e por um ideal de vida melhor.

"Alma Bandida", de Marco Antônio Pereira, conta a história de Fael, que quer dar um presente para sua namorada enquanto sua doença chamada paixão se materializa pelas ruas da cidade. A produção foi gravada em Cordisburgo, em Minas Gerais, juntamente com meninos locais acompanhados pelo diretor durante seis meses, no projeto Arte e Vocação.

O projeto independente criado pelo Diretor, visa o mentoreio de jovens durante um período de tempo em que eles mesmos produzem músicas e vídeos e no final participam da produção de um filme. E durante esse processo o assunto é como realizar sonhos, fazer uma faculdade, seguir o lado bom da vida.

Também estão na competição o curta brasileiro "Terremoto Santo", de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, além da coprodução "Russa", do português João Salaviza e do brasileiro Ricardo Alves Jr.

"Alma Bandida", "Russa" e "Terremoto Santo" estão estre os 22 selecionados para concorrer ao Urso de Ouro e de Prata da categoria na 68ª edição do Festival de Berlim. As produções, vindas de 18 países diferentes, fazem parte da mostra Berlinale Shorts, da qual também saíra o melhor curta europeu e ao Audi Short Film Award, no valor de 20 mil euros. "Os curtas da competição internacional deste ano visam a realidade nos olhos e contribuem ativamente para o discurso sociopolítico atual", disse a curadoria da mostra.

Atualmente com 30 anos, Pereira está na produção do terceiro curta-metragem, mas foi por causa do segundo, “Alma bandida”, que os holofotes acenderam para seu trabalho. Ele disse que se inscreveu no fim de outubro do ano passado e que o filme havia sido produzido no mesmo mês. O curta tem 15 minutos de duração e teve um orçamento de R$ 1,2 mil. “Só de estar participando já é demais. Agora preciso de patrocínio para ir ao festival”, disse Pereira, que está ansioso pela primeira exibição mundial de a “Alma bandida”. Ele falou ainda que tem outro sonho para daqui a alguns anos – ganhar a Palma de Ouro em Cannes, na França.

O filme conta a história de um rapaz que é cantor de funk e que quer se casar com a namorada, que parece não estar na mesma vibe. Outro desejo dele é comprar um carro popular. Se houve o casamento, o cineasta disse que é preciso assistir ao filme para saber.

Para roteirizar, ele acompanhou durante seis meses a vida de seis adolescentes. “Apesar disso, o filme é uma ficção”, salientou. “Quero fazer um cinema que seja novo. Eu posso arriscar e errar feio, mas quero fazer filmes diferentes, narrar de forma diferente”.

Marco Antônio trabalha com uma câmera semiprofissional – com três lentes e um tripé –, e um computador para editar e tratar o som e as imagens. “’Alma bandida’ é uma metáfora do Brasil que caiu no buraco, do brasileiro que sofre muito, mas que não deixa de acreditar, que luta pelos seus sonhos. O brasileiro é um povo muito guerreiro, honesto”, definiu o diretor.

Ele contou que trabalha com cinema há cerca de dez anos, mas que retomou a carreira em julho de 2017. Depois de morar em Belo Horizonte, São Paulo, Campinas e Nova York, Pereira voltou a Cordisburgo para rodar o curta-metragem.

O primeiro trabalho de Marco Antônio foi “A retirada para um coração bruto”, curta selecionado para participar do Festival de Cinema de Tiradentes 2018. O terceiro, “Teoria sobre um planeta estranho”, está em fase de finalização. “O cinema para mim é uma ferramenta para encontrar as pessoas, tentar construir algo novo no mundo. Quero contribuir com o Brasil”, disse.

Foto G1 DivulgaçãoFoto G1 Divulgação

Ficha técnica

“Alma bandida”
Diretor, editor, roteirista, cinegrafista, pós-produtor, operador de som: Marco Antônio Pereira
Produtora: Ariane Rocha
Atores: Rafael Iago (Fael), Dandan Oliveira (amigo 1), Felipe Oliveira (amigo 2), Daniel do Morro (amigo 3) e Samanta Batista (namorada do Fael)

Da Redação com G1



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