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Aos 17 anos Marcelo Braga é um campeão dividido entre o esporte e a medicina

Enquanto a maioria dos amigos da mesma idade viajava e se divertia nas férias, Marcelo Braga, 17 anos, treinava pesado para representar o Brasil no campeonato Sulamericano de squash realizado em fevereiro em Assunção, capital do Paraguai. No país vizinho, o sete-lagoano repetiu sua rotina de bons jogos e voltou com duas medalhas para casa. Bronze no sub 19 individual e ouro no torneio de duplas ao lado do paulista Diego Gobbi.

Assim como a maioria dos campeões, Marcelo começou brincando acompanhando o irmão mais velho que também praticava o squash na única quadra que tinha em Sete Lagoas. Depois de tomar gosto pelo esporte que é pouco difundido no Brasil, o atleta começou a fazer aulas e disputar campeonatos em Belo Horizonte.

Marcelo com o ouro e o bronze que trouxe do Paraguai / Foto: Marcelo PaivaMarcelo com o ouro e o bronze que trouxe do Paraguai / Foto: Marcelo Paiva

Como foi se destacando, os convites para outros campeonatos foram surgindo e quando Marcelo se deu conta havia sido convocado para integrar a seleção brasileira de squash. “Durante o ano a gente disputa um circuito e se você fica entre os quatro é convocado”, explica o atleta que hoje é reconhecido internacionalmente no meio do esporte que pratica.

Apesar dos bons desempenhos e dos vários troféus que não cabem mais na estante do quarto do apartamento onde mora com a mãe e o pai, no centro de sete lagoas, Marcelo não tem patrocínios e representa o país custeado pelos pais. “Uma raquete que ele usa custa quase R$ 500 e acho triste não ter quem patrocine, ele joga representando o país dele”, reclama a mãe Andreia Braga.

Atleta durante uma partida / Foto: DivulgaçãoAtleta durante uma partida / Foto: Divulgação

Além dos diversos custos com materiais de competição, viagens, inscrições em torneios, a família precisa pagar também pelo uniforme que o atleta usa nos campeonatos. “Tem a bandeira do Brasil, mas a gente precisa comprar”, lamenta Andreia enquanto separa o material para mais um campeonato que o filho vai disputar.

O futuro de Marcelo é tão promissor no esporte que o jovem atleta já foi convidado duas vezes para treinar em uma universidade dos Estados Unidos onde já disputou campeonatos. Mas uma outra paixão do adolescente faz com que ele pense bem antes de aceitar a proposta. “Quero fazer medicina aqui e ainda não sei o que fazer. Se for jogar nos Estados Unidos e não me adaptar terei perdido um tempo que será difícil de recuperar depois”, analisa Marcelo que precisa responder ao convite até o fim de março.

Enquanto isso o jovem segue no terceiro ano do ensino médio e na sua rotina de treinos todos os dias da semana. Querendo ver o filho decidir o próprio futuro e feliz, a mãe não interfere na decisão e que garante que vai apoiar como sempre fez. “não interfiro, essa decisão é dele, mas vou incentivar seja para ficar aqui ou para ir treinar no exterior”, orgulha-se Andreia.


Por Marcelo Paiva



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