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Aberto inquérito que vai apurar tentativa de suborno a zagueiro do Minas Boca

O suposto caso de suborno que agita os bastidores do futebol no estado, aos poucos, ganha novos contornos. Nesta semana, o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais, Manoel de Souza Barros Neto, deferiu pedido de abertura de inquérito do procurador-geral do órgão, Antonio Augusto Mesquita Fonte Boa, para apurar as denúncias feitas pelo Minas Boca.

Segundo notícia de infração apresentada pelo clube de Sete Lagoas, um interlocutor ligado à URT teria oferecido R$ 10 mil para o zagueiro Reginaldo, do Minas, cometer um pênalti na última partida da primeira fase do Campeonato Mineiro a favor do time patense. O defensor recusou a oferta.

O Minas Boca perdeu para a URT por 3 a 1 e acabou rebaixado para o Módulo II, com oito pontos. Com o resultado, a URT foi a 12 pontos, livrando-se do descenso.

Zagueiro Reginaldo negou proposta de suborno / Foto: DivulgaçãoZagueiro Reginaldo negou proposta de suborno / Foto: Divulgação

“O caso está sendo tratado como prioridade no Tribunal por causa da gravidade da denúncia. Vamos agilizar para resolver esse caso o mais rápido possível”, explicou o presidente do TJD/MG, sem estabelecer uma previsão para resolução do polêmico episódio.

A primeira medida da Procuradoria será contratar um perito para averiguar se a gravação apresentada pelo Minas Boca é compatível com a voz de Walter Silva, técnico da Patrocinense no início de 2013 e identificado pelo clube de Sete Lagoas como autor do suposto suborno. Outras pessoas citadas no inquérito serão ouvidas, como dirigentes do Minas, o zagueiro Reginaldo, e pessoas citadas na gravação, como o técnico da URT no Mineiro, Luiz Eduardo. Caso o procurador se convença da legitimidade da acusação, será feita uma denúncia ao TJD, que posteriormente julgará o caso.

Inicialmente, dirigentes do Minas Boca acreditavam que o suposto interlocutor da URT na gravação era o supervisor de futebol do clube de Patos de Minas, Walter Souza. Contudo, depois de um mal-entendido, esclareceram na denúncia à Procuradoria que o envolvido era, na verdade, Walter Silva, treinador com carreira no interior do estado. No início de 2013, ele comandou por poucos meses a Sociedade Esportiva Patrocinense. Neste período, dirigiu o zagueiro Reginaldo.

Além de conhecer o atleta, Walter Silva teria um longo vínculo de amizade com o técnico da URT, Luiz Eduardo. Ambos, inclusive, já trabalharam juntos em outro clube da cidade de Patrocínio, o Clube Atlético Patrocinense (CAP), na década passada.

O advogado da URT, Lucas Ottoni, ainda espera que o clube seja notificado para se manifestar. Essa foi a mesma posição tomada pelo presidente do conselho do clube patense, Roberto Túlio Miranda, ao ser procurado pela reportagem para falar sobre o caso.

Um novo fato promete esclarecer ainda mais o caso, segundo revela o presidente do Minas, Edson Paredão. Ele relatou que um funcionário de um banco de Patos de Minas o informou que uma reserva bancária foi feita em nome da URT. Segundo a acusação, o clube repassaria o dinheiro a algum atleta subornado.

“Um funcionário de um banco de Patos de Minas, o qual não posso revelar, me ligou e falou que um colega recebeu uma solicitação de reserva numerária para a URT utilizar na compra de jogadores do Minas. E comprar neste caso é o suborno. No momento certo, vamos dar mais detalhes sobre isso”, explicou Paredão.

Caso seja feita uma denúncia ao TJD, a URT pode ser enquadrada no artigo 242 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva por “dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva, dirigente, técnico, atleta ou qualquer pessoa natural mencionada no art. 1º, § 1º, VI, para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida, prova ou equivalente”. A pena varia de multa de R$ 100 a R$ 100 mil, a eliminação da competição.


Com Superesportes



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