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Maior humilhação em 100 anos reafirma necessidade de mudança

Ainda tentando entender o que aconteceu, milhares de brasileiros amanheceram com a sensação de que acordaram de um pesadelo. Com uma página inesquecível na história das Copas escrita dentro de casa, a nossa seleção, a “pátria de chuteiras”, foi respeitosamente humilhada por um time que deu uma aula sobre como jogar bola para um treinador que ficou parado no tempo e vive até hoje do título conquistado no distante 2002.

Torcida não acredita no que presencia no Mineirão / Foto: Alexandre GuzansheTorcida não acredita no que presencia no Mineirão / Foto: Alexandre Guzanshe

Como muitos disseram quando Luis Felipe Scolari foi o escolhido para comandar o Brasil no mundial, a opção da Confederação Brasileira de Futebol, CBF, por tentar vencer uma Copa em casa na “marra” não deu certo. A falta de planejamento e, principalmente, treinamento em um esporte que evolui nos últimos anos custou caro, mas muito caro ao povo brasileiro que chorou a pior derrota do Brasil na história das Copas do Mundo.

Quando os comandantes da CBF perceberem que é preciso planejar e pensar futebol separadamente de questões políticas, quem sabe, não avancemos como os nossos adversários que nos humilharam no nosso quintal. Com o fracasso e o pior capítulo da história do nosso futebol escrito no Mineirão, muita coisa precisa ser mudada para que possamos restabelecer a ordem das coisas e voltarmos a ser conhecidos pelo “futebol arte”.

David Luiz chora depois da humilhação sofrida pelo Brasil / Foto: ReutersDavid Luiz chora depois da humilhação sofrida pelo Brasil / Foto: Reuters

A tentativa de um futebol estritamente de resultado, sem belas jogadas e sem a essência do futebol brasileiro, não funcionou e, além de expor as fraquezas da seleção chorona, fez com que o Brasil, tão reverenciado pela bola, fosse humilhado. O estrago só não foi maior porque os alemães mantiveram o pouco de respeito que nossa seleção ainda merece.

É preciso chorar para lavar nossa alma e voltarmos, quem sabe, mais fortes nos outros mundiais se a proposta for de um planejamento sério, caso contrário o buraco pode ser mais fundo do que se pensa. No esporte um vence e outro perde, normal, mas uma humilhação como a que aconteceu em Belo Horizonte, em 8 de julho deixa marcas e cicatrizes que vão permanecer por um bom tempo assim como a necessidade de uma reflexão profunda sobre o que é fazer futebol.


Por Marcelo Paiva



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