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Brasil faz melhor campanha da história, mas fica fora do top-10 das Olimpíadas 2016

Quando o Star-Spangled Banner se encerrou na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, os Jogos do Rio distribuíam a última medalha de ouro desta edição, entregue à seleção americana de basquete masculino, fechando, assim, o quadro geral das Olimpíadas. Após 306 eventos, os Estados Unidos terminaram na primeira colocação, seguidos por Grã-Bretanha — última sede, em 2012 — e China — penúltima, em 2008.

Desfile brasileiro na abertura dos Jogos: país teve a sua maior delegação na história do evento, com 465 atletas / Foto: Pedro Ugarte/AFPDesfile brasileiro na abertura dos Jogos: país teve a sua maior delegação na história do evento, com 465 atletas / Foto: Pedro Ugarte/AFP

A delegação brasileira, que entrará para a história como a mais vitoriosa do país em 120 anos, fechou os serviços na 13ª posição. Os dois ouros finais — no futebol, sábado (20), e no vôlei masculino, ontem (21) — livraram o Brasil de acabar em 17º: duas pratas nessas modalidades, por exemplo, e os brasileiros seriam ultrapassados por Espanha, Quênia e Jamaica. 

Trata-se de uma posição que não alcança a projeção feita pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) de terminar as Olimpíadas em casa no top-10. Nem na contagem oficial, que o país foi o 13º colocado, nem no total de medalhas, que ficou em 12º. O 10º lugar nos Jogos do Rio terminou nas mãos da Austrália, com oito medalhas de ouro e 29 no geral, 10 pódios a mais que a delegação brasileira conseguiu.

O 13º lugar pode parecer frustrante, ainda mais considerando a quantidade de dinheiro investida no último ciclo olímpico — cerca de R$ 3 bilhões em infraestrutura e equipamentos, sem contar as bolsas —, mas, entre as nações que não eram potências esportivas antes de sediarem os Jogos, o desempenho do Brasil supera o de três dos quatro países que viveram essa situação. 



Levantamento do Correio mostra que, em toda a história dos Jogos Olímpicos modernos, apenas cinco países sediaram o evento sem estarem, ao menos, no top-10 na edição anterior: Brasil, Grécia, Espanha, Canadá e México. Entre os integrantes desse quinteto, a delegação brasileira de 2016 perde apenas para a espanhola de 1992.

Em Barcelona, a Espanha terminou a Olimpíada na sexta posição, com 22 medalhas no geral, sendo 13 de ouro. É a melhor campanha entre os cinco países. Nos Jogos anteriores, em Seul, os espanhóis haviam ficado na 25ª colocação, com uma medalha de ouro apenas, atrás até do Brasil, que foi o 24º (leia quadro acima).

Já quando se compara a Atenas-2004, por exemplo, o Brasil se saiu melhor: nos Jogos em casa, os gregos acabaram em 15º (duas posições atrás dos brasileiros em 2016), com seis medalhas de ouro (uma a menos). A campanha da Grécia é similar à do México, em 1968, que foi 15º em casa também, embora com bem menos conquistas (à época, havia menos medalhas também). Pior do que todo mundo, só o Canadá, em 1976. Vigésimo sétimo colocado na edição que antecedeu sua participação como anfitrião, o país não mudou de patamar em Montreal: acabou em 27º e sem qualquer medalha de ouro.

Ficou muito perto

A promessa de top-10 começou no início de 2010. E foi reiterada a cada ano, de lá para cá. “O desafio do top-10 é palpável. O compromisso é lutar para ficar entre os 10 primeiros. Não importa o total de medalhas”, disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e da Rio-2016, em 2015, por exemplo. A ideia era de que o Brasil coletasse entre 27 e 30 medalhas. O número caiu com o tempo e ficou “entre 23 e 27”.

“Do 4º ao 8º, são sempre os mesmos há 20 anos: Reino Unido, França, Austrália, Japão e Alemanha. O 9º e o 10º, nos últimos três Jogos, tiveram 27 ou 28 medalhas. Por isso, tínhamos como referência um número perto de 30”, argumentou, no início do mês, o diretor-executivo do COB, Marcus Vinícius Freire.

À exceção do que aconteceria com a Grã-Bretanha, que terminou nem segundo — e não “do 4º ao 8º” —, a projeção de medalhas no total passou perto: acabou sendo 29 o número mágico. O que não passou perto foi o desempenho do Brasil, com 10 a menos. “A meta (de top-10) não era nossa (do governo)”, destacou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, em entrevista coletiva ontem. “Não era nossa, mas ficamos muito perto, seja pelo número de medalhas, seja pelo número das que foram de ouro.”


Da Redação com Estado de Minas

 



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