Menu

Nove barragens da Vale em Minas são interditadas

Nenhum funcionário da Vale e de empresas terceirizadas vai poder entrar em nove barragens da mineradora em Minas Gerais, de acordo com a Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais (SRT-MG).

Bombeiros trabalham nas buscas por vítimas em Brumadinho — Foto: Corpo de Bombeiros/DivulgaçãoBombeiros trabalham nas buscas por vítimas em Brumadinho — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Os auditores constataram “grave e iminente risco para os trabalhadores”. O laudo técnico e o termo de interdição foram entregues a representantes da Vale durante reunião realizada nesta quarta-feira (10), no Ministério Público do Trabalho (MPT) em Belo Horizonte.

Barragem Sul Superior fica na Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de MG — Foto: Reprodução/TV GloboBarragem Sul Superior fica na Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de MG — Foto: Reprodução/TV Globo

Entre as nove barragens estão a Sul Superior, em Barão de Cocais, B3/B4 e Vargem Grande, em Nova Lima, e Fábrica, em Ouro Preto, onde houve toque de sirenes e evacuação. A última barragem a ser interditada foi a Maravilhas II da Mina do Pico, em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais.

Em março, os funcionários de Vargem Grande, B3/B4 e Sul Superior já tinham sido proibidos de entrar por questões de segurança. Entre esta terça e quarta-feiras, outras seis foram interditadas.

Mapa simula caminho dos rejeitos em caso de rompimento das barragens Forquilha I, II e III — Foto: Ministério Público/DivulgaçãoMapa simula caminho dos rejeitos em caso de rompimento das barragens Forquilha I, II e III — Foto: Ministério Público/Divulgação

Todas elas já haviam sido proibidas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) de receberem rejeitos.

As barragens interditadas pela Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais são:

- Forquilha I do Complexo de Fábrica, em Ouro Preto
- Forquilha II do Complexo de Fábrica, em Ouro Preto
- Forquilha III do Complexo de Fábrica, em Ouro Preto
- Marés II do Complexo de Fábrica, em Ouro Preto
- Maravilhas II do Complexo de Vargem Grande, em Nova Lima
- Grupo do Complexo de Fábrica, em Ouro Preto
- Vargem Grande do Complexo de Vargem Grande, em Nova Lima
- B3/B4 da Mina de Mar Azul, em Nova Lima
- Sul Superior da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais

De acordo com a SRT, no setor de mineração, para cada grupo de 100 mil empregados, a taxa de mortalidade é de 14,79 óbitos, enquanto a taxa geral no Brasil é 5,57 mortes.

De acordo com o MPT, a Vale precisa apresentar um plano para que as barragens não coloquem em risco a saúde e a segurança dos funcionários.

Uma reunião com representantes da mineradora foi convocada para o dia 17 de abril.

A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que está trabalhando para que as interdições dos auditores sejam suspensas, já que estariam impedindo o monitoramento de algumas das barragens. Já o MPT alega que a determinação é necessária para assegurar a vida destas pessoas.

Em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, parte das estruturas da Mina do Feijão, da Vale, foram soterradas pela lama. Dezenas de funcionários desapareceram no desastre.

De acordo com o último balanço da Defesa Civil, 225 pessoas morreram e 68 ainda não foram encontradas.

Em nota, a Vale informou que "apresentará diagnóstico das barragens em níveis de emergência 2 e 3 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), no estado de Minas Gerais, bem como as ações emergenciais que deve implementar nas barragens interditadas, discriminando as providências técnicas essenciais à segurança das estruturas e dos trabalhadores".

A Vale disse ainda que "todas essas estruturas já estavam paralisadas por conta da ausência de Declaração de Condição de Estabilidade, conforme informado pela empresa no dia 1º de abril".

Com G1



Publicidade

O SeteLagoas.com.br utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência!
Termos