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Agente penitenciário que trabalhava em Matozinhos foi morto em Belo Horizonte

O agente penitenciário Valnei Salvo Costa, de 36 anos, foi morto com 13 tiros na casa de uma mulher com quem ele se relacionava há dois meses. O crime foi por volta das 22h40 de segunda-feira, na rua Colibri, no bairro Vila Cemig, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.

Foto: Alex de Jesus / O TempoFoto: Alex de Jesus / O Tempo

A mulher de 22 anos disse à Polícia Militar (PM) que escutou tiros na rua e que o agente, que ela havia conhecido em uma casa de show de Contagem, bateu à porta, pedindo para entrar. Ela conta que ele entrou desesperada e pediu para ela correr.

Logo em seguida, dois homens armados de pistolas 9 milímetros e .40 entraram atrás do agente e o mataram no quarto com treze tiros, sendo um na mão esquerda, três no braço esquerdo, um no braço direito, três no tórax, dois nas costas, dois na perna esquerda e um na nuca.

A mulher contou que não viu quem atirou, pois foi agarrada pelos cabelos e jogado no chão. Ela foi atingida por estilhaços de tiros na perna direita e foi socorrida em um hospital.
Denúncia anônima para a PM informou que os autores do crime são conhecidos por “Para bala” e “Timão”, e que os dois estariam escondidos em uma mata perto do local do crime. A  polícia usou até um helicóptero para tentar localizá-los, mas não conseguiu. 

Próximo ao portão da casa, os militares encontraram um aparelho de celular e, no bolso da vítima, uma aliança. Valnei era casado e deixou um filho de seis anos. Segundo a família, ele não tinha inimigos e saiu de casa de moto dizendo que estava indo para o Presídio de Matozinhos, na região metropolitana, onde trabalhava há um ano, depois de aprovado em concurso.

A reportagem esteve no bairro Vila Cemig. Os moradores estão aterrorizados com a violência. Disseram que a morte do agente penitenciário pode ter ligação com um duplo homicídio e uma tentativa de homicídio que aconteceu no mesmo bairro, no domingo.

Na ocasião, dois homens de 17 e 34 anos foram mortos depois de uma troca de tiros e um cabeleireiro de 25 anos ficou ferido.
Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, contou à reportagem que os dois mortos no domingo eram amigos do agente penitenciário e que este teria jurado vingança, mas foi morto antes. “Andou falando demais”, comentou a testemunha. Foi vingança.

Eles mataram um amigo dele e ele jurou vingança. Os caras ficaram sabendo e vieram cá e mataram ele antes. Ficaram sabendo que ele iria matar os caras e os caras vieram aqui e mataram ele primeiro”, afirmou um morador. “Foi muito tiro, muito tiro, mesmo. Bastante tiro. Não tinha ninguém na rua.

Saiu todo mundo depois que a polícia chegou. Mas, foram muitos tiros, de grosso calibre. Deu uns estouros igual bomba. O trem foi feio, mesmo. Depois, os caras foram embora. Não dá para ficar na rua mais, não. Está muito perigoso aqui na Vila. Estão matando demais. Domingo mataram dois, um outro já morreu também”, comentou o morador, que diz não saber o motivo da matança.

Ainda de acordo com a testemunha, quem matou o agente penitenciário, na verdade, não foi o suspeito “Para Bala”, mas o filho dele que aterroriza a Vila Cemig. “Tem parte com o demônio, que ninguém consegue pegar ele. O trem está feio. Tem que alguém parar esse homem. Está matando muita gente por aqui”, disse a testemunha, que disse conhecer “Timão” de vista e não quis comentar nada sobre ele, por medo.

O presidente da Associação Mineira dos Agentes e Servidores Prisionais (Amasp), Diemerson Souza, disse que o colega não estava recebendo ameaças e que não há indícios de ligação do crime com o trabalho da vítima.

A família do agente compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã de ontem para liberação do corpo. Segundo um irmão, a família desconhece qualquer motivo que possa ter levado ao crime, ou se Valnei conhecia outras pessoas no Vila Cemig. Ainda de acordo com o irmão, os documentos e a moto de Valnei não foram encontrados.

A Polícia Civil não informou se há ligação da morte do agente com o duplo homicídio de domingo. O delegado Adriano Mattos informou, por meio da assessoria de imprensa, que está investigando a autoria e a motivação do crime.

O Tempo



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