Logo

Contador suspeito de liderar quadrilha de estelionatários é preso em BH

Um técnico em contabilidade que tem escritório na Avenida Afonso Pena, no centro de Belo Horizonte, foi preso nessa terça-feira (11) suspeito de ser o líder de uma quadrilha de estelionatários que estaria agindo há mais de dez anos. De cordo com a delegada Cinara Rocha, da 2ª Delegacia de Polícia Civil Sul de Belo Horizonte, o bando comandado por José Aparecido Barbosa falsificava documentos em nome de terceiros para aplicar golpes. Há 30 dias, um comparsa dele foi preso tentando abrir uma conta bancária com documentos falsificados.

Foto: Nelson Batista/WebRepórterFoto: Nelson Batista/WebRepórter

“Muitas vezes, as pessoas nem sabem que os seus nomes estão sendo utilizados”, conta a delegada. “Eles (os suspeitos) constroem documentos como identidades, comprovantes de endereço, de renda, e abrem contas em agências bancárias. Conseguem uma habilitação de crédito, usam esse crédito de forma rápida, antes que a instituição bancária perceba que se trata de uma fraude”, completa.

Os créditos são utilizados em forma de cartão, saques, talões de cheque e financiamentos. “Depois que eles utilizam toda a forma de crédito, eles cancelam aquela conta e arrumam novos documentos em nome de outras pessoas para abertura de novas”, disse Cinara.

O primeiro levantamento feito mostra que todas as vítimas que tiveram os documentos encontrados com o suspeito são inocentes. “Pelo registro de ocorrência, elas costumam procurar a delegacia para informar que estão recebendo cobranças de dívidas que elas não tinham conhecimento, muitas vezes em cidades que elas não residem, créditos que elas não fizeram, aquisição de veículos que elas não compraram”, enumera a delegada.

Segundo a policial, José Aparecido tem uma longa ficha criminal e é investigado há vários anos. “São mais de dez inquéritos da Polícia Federal contra ele, seis pela Polícia Federal e há cinco mandados de prisão contra ele. Ele já esteve preso por diversas vezes, tendo, inclusive, saído da prisão em fevereiro deste ano. Ele tem um vasto conhecimento em crimes contra o patrimônio e nas fraudes em geral”, disse a delegada.

O suspeito nega as acusações. Durante o flagrante, ele preferiu permanecer em silêncio, segundo a delegada. Duas caminhonetes S10 foram apreendidas com ele. “Em entrevista preliminar, ele disse ter adquirido as caminhonetes através de financiamento, usando documentos de terceiros. Mas, com a apreensão dos veículos, ele voltou atrás e disse que estava pagando o financiamento, mesmo que não tivesse em seu nome”, disse a delegada.

As principais vítimas do suspeito, segundo Cinara, eram pessoas da área jurídica, pois a obtenção de créditos era maior e mais rápida. “A gente tem conhecimento que a quadrilha era composta por pelo menos cinco pessoas. Duas delas foram presas. Vamos continuar investigando e prender os outros três”, disse a delegada. Vários documentos foram apreendidos na casa do suspeito, no bairro Heliópolis. A polícia vai tentar localizar as vítimas e olhar situação das mesmas. “São mais de dez anos de atuação da quadrilha em fraudes”, comentou a policial.

Crimes

Além de estelionato, o suspeito preso vai responder a inquérito por falsidade ideológica, falsidade de selo e outros documentos públicos, documentos privados, entre outros crimes. Somadas as penas, ele deverá passar pelo menos dois anos atrás das grades, segundo a delegada. “São várias modalidades criminosas, especialmente contra o patrimônio”, reforça a delegada.

Defesa

A irmã e advogada do suspeito, Rosa Barbosa, alega que ele já vem sendo acusado em alguns processos e que foi absolvido em todos. “Desde 2008, ele tem um processo que começou na Polícia Federal, que expediu o mandado de prisão contra ele por uso e falsificação de documento público. Ao final do processo, ele foi absolvido. A partir daí, ele começou a ser posto em vários inquéritos policiais. Em todos, ele foi investigado e absolvido”, disse a advogada, reconhecendo que o irmão já respondeu por 18 inquéritos e por outro em andamento, instaurado em julho do ano passado.

Segundo a defensora, as duas caminhonetes apreendidas pertencem a uma empresa de serviços, para quem o irmão trabalha. Disse que ele recebeu os veículos como pagamento dos serviços prestados e que as duas caminhonetes estão alienadas. “Não tem nada de errado com os carros”, afirmou Rosa Barbosa. (Com a colaboração de Nelson Batista).

 

Com O Tempo



Publicidade

© Copyright 2008 - 2024 SeteLagoas.com.br - Powered by Golbe Networks