Logo

'Melhor a mãe dele chorar do que a minha': briga de adolescentes termina em sequestro e morte em MG

Um adolescente, de 17 anos, foi apreendido nesta terça-feira (5) suspeito de sequestrar e depois matar outro jovem, de 16, em Ipatinga, no Vale do Aço. O crime ocorreu no último sábado (2). Após o sequestro, o adolescente efetuou disparos contra o menino e, em seguida, o amarrou em um carro e o arrastou até uma região de mata entre os municípios de Santana do Paraíso e Belo Oriente.

 Foto: Google Street ViewFoto: Google Street View

A Polícia Militar (PM) chegou até o adolescente após avistar ele e outro homem em atitude suspeita. Com o menor, os policiais encontraram 17 pinos de cocaína. Após receber novas informações, os policiais seguiram para a rua Turim, no bairro Bethânia, onde localizaram barras de maconha e mais pinos de cocaína.

Ainda no local, os PMs descobriram que parte de uma gangue, do Morro do Cruzeiro, estaria envolvida na morte de um menino de 16 anos, que estava desaparecido desde o último fim de semana, por algo relacionado a drogas.

O menino foi sequestrado no Campo Itamaraty por um carro, que seguiu até a estrada Cenibra. A PM o encontrou com braços e pernas amarrados, enterrado em uma cova rasa em um matagal.

Segundo o tenente Lindomar Graciano, da Polícia Militar (PM), o local era de difícil acesso e ficava em meio a eucaliptos. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil também estiveram no local. O corpo foi reconhecido pelo pai do menor.

O menino encontrado morto foi visto com drogas em outra ocorrência na rua Colônia, onde também ocorreu um homicídio. “Esse menor foi apreendido, juntamente com o autor desse crime”, destacou o tenente. Para ele, por algum motivo que ainda está sendo investigado, a facção criminosa decidiu tirar a vida do menor.

A polícia investiga o possível mandante do crime e, no decorrer dos próximos dias, operações serão realizadas no Morro do Cruzeiro.

Versão do adolescente

O adolescente apreendido disse que precisou tirar a vida do menino porque ele estaria fazendo ameaças contra ele. “Já tinha dois dias que ele estava me ameaçando, ele me deu dois tapas na cara, foi na quinta-feira. Na sexta, ele puxou um revólver calibre 32 e efetuou três disparos na minha cara, a queima-roupa, só que mascou”, disse.

Segundo ele, o atrito começou após o menino chegar ao local que ele estava usando drogas com alguns amigos e oferecido o “baseado” dele para esses outros jovens.

“Ele me deu dois tapas na cara, a gente começou a bater boca, a discussão ficou mais calorosa, aí eu fui embora e no outro dia eu trombei com ele e tirou o revólver e tentou me matar. Sou mais que a mãe dele chore, do que a minha. Eu fui lá e fiz um corre, eu tinha um revólver guardado e velho, fiz meu corre, comprei na caladinha, aproveitei que estava com a faca e o queijo na mão. Era pra mim tá morto, era pra minha mãe tá chorando. Igual, eu sempre fui um camarada tranquilo, todo mundo ali gosta de mim, brinca comigo, sabe que eu sou um camarada sincero, muito transparente, mas tem tipos de coisas que a gente não tem como evitar, eu tomei foi dois tapas na cara, me machucou de uma forma muito grande,” disse.

O menino foi abordado no Campo Itamaraty. “Eu estava de carro e esbarrei com ele lá no Itamaraty, empurrando a bicicleta, aí eu já estava com a peça [revólver] na mão e na mente já. Parei o carro do lado dele e coloquei o revólver na cabeça dele, falei que se não entrasse eu iria efetuar os disparos, aí entrou e eu não queria fazer nada com ele não. Nós ficamos andando um tempão”, contou.

De acordo com o menor, ele tentou conversar com o menino, mas ele teria dito que era “psicopata” e que ele ia se “arrepender amargamente de ter feito aquilo com ele”.

No momento do crime, o adolescente conta que o menino tentou tomar o revólver dele, quando o primeiro disparo aconteceu. “Ele ficou caído no chão e eu abri o porta-mala, peguei uma corda, amarrei ele e fui arrastando ele até lá na frente, ele já estava quase morrendo, aí eu fui e comecei a cavar uma cova lá. Estava ‘grilado’ deles acharem o corpo dele, eu nunca fiz nada com ninguém, sabia nem o que estava passando na minha mente”, relatou.

Questionado sobre quem o ajudou a cometer o crime, o menor disse que no psicológico dele ele estava sozinho. O menor foi levado para a delegacia de Polícia Civil da cidade.

Com Itatiaia



Publicidade

© Copyright 2008 - 2024 SeteLagoas.com.br - Powered by Golbe Networks