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Governo do Estado decreta situação de emergência por surto de Febre Amarela em MG

Minas decreta situação de emergência de saúde pública em três regionais do estado por 180 dias, devido ao surto de febre amarela. O Governo publicou decreto para acelerar prevenção contra a doença em 94 cidades, incluindo a capital. Postos de BH abrem com ordem para avaliar e imunizar até idosos e gestantes.

Foto ilustrativa/exame.abril.com.brFoto ilustrativa/exame.abril.com.br

Com o decreto, publicado neste sábado (20) no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, os 94 municípios que integram as áreas de Belo Horizonte, Itabira (na Região Central) e Ponte Nova (Zona da Mata) podem fazer compras de insumos, materiais e contratar serviços com dispensa de licitação. De acordo com o governo, a medida visa acelerar o processo de prevenção e busca de casos da doença, que já matou pelo menos 16 pessoas no estado. A medida é semelhante à tomada em 13 de janeiro do ano passado, envolvendo 152 cidades em situação de surto por febre amarela. O documento decreta ainda a reabertura da sala de situação criada naquele mês, logo depois de uma onda de mortes no Vale do Rio Doce.

Agora, são 39 cidades na regional de Belo Horizonte, incluindo a capital, 25 na de Itabira e 30 na de Ponte Nova. De acordo com o governo de Minas, o decreto tem a finalidade de fazer com que os municípios ajam preventivamente. Em Brumadinho, na Região metropolitana de BH, equipes das secretarias de estado e municipal de Saúde estão fazendo busca casa a casa, o que exige pessoal e veículos. Como o serviço público demanda licitação, a ideia é não perder tempo e agilizar. Outro ponto do decreto é que nos casos em que matas atravessam mais de um município, fica permitido à administração municipal fazer trabalhos na área verde da cidade vizinha.

Ainda segundo o governo do estado, não significa que as regionais tenham caso de febre amarela, mas as medidas estão sendo tomadas como mecanismos de prevenção. A sala de situação também será reaberta com essa perspectiva. Coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde, terá ainda a colaboração da Coordenadoria de Estado de Defesa Civil e das secretarias de Estado de Agricultura, Meio Ambiente e de Governo.

A Regional de Saúde de Belo Horizonte tem sete municípios com casos da doença: Belo Horizonte, Brumadinho, Caeté, Itabirito, Mariana, Nova Lima e Rio Acima. São 17 pacientes, sendo que 11 morreram. Apenas em Nova Lima, estão confirmados cinco óbitos, de acordo com o último boletim da SES, divulgado terça-feira. Na regional de Itabira, um paciente teve diagnóstico positivo para a febre amarela, na cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo. Na regional de Saúde de Ponte Nova, há uma morte confirmada pela SES em Barra Longa. Mas a prefeitura da cidade informou um segundo óbito, que ainda não entrou na contagem oficial do estado. Ainda fora do boletim da SES, Sabará também entrou nesta sexta-feira para as estatísticas da doença, com a notificação do caso de paciente internado na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte.

Diante da situação, a ordem agora é se vacinar. Todas as 152 unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS) em Belo Horizonte estarão abertas neste sábado para receber as pessoas que ainda não se imunizaram contra a febre amarela. Na tentativa de atingir a meta vacinal, de 95%, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) incluiu no público-alvo pessoas acima de 60 anos, gestantes e lactantes. Antes, elas tinham que passar por um médico que indicaria a vacina. Agora, qualquer profissional de saúde nos postos poderá fazer a avaliação, conforme nova orientação do Ministério da Saúde. Nova Lima, Brumadinho e Sabará também terão ações contra a doença neste fim de semana.

A cobertura vacinal de Belo Horizonte está em 86% e a meta é chegar a 95%. Apenas uma dose da vacina protege pela vida toda. Então, quem já foi vacinado contra a doença não precisa procurar os postos. Já quem não foi imunizado, deve levar um documento de identificação, e, caso tenha, o cartão de vacinação. O imunizante está liberado para pessoas acima dos 9 meses.

Quem procurou na capital, as unidades básicas de saúde nesta sexta-feira (19) para se imunizar, enfrentou longas filas e demora no atendimento.

Incluída no decreto de emergência pelo governo do estado, a capital mineira já havia passado por situação semelhante. Em 23 de dezembro de 2015, a própria municipalidade decretou emergência em saúde por causa da infestação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e zika e também da febre amarela em sua forma urbana.

Reação à vacina matou dois

Duas pessoas morreram na capital paulista por reação à vacina da febre amarela. Como o imunizante é produzido com o vírus vivo atenuado, há risco mínimo de uma pessoa vacinada desenvolver a doença mesmo sem ser picada pelo mosquito. Esse tipo de morte, no entanto, é raro: um caso a cada 500 mil pessoas vacinadas. Considerando o volume de pessoas vacinadas na capital desde outubro – cerca de 1,8 milhão de pessoas – o índice de óbitos por reação vacinal registrado na cidade –1 para cada 900 mil vacinados – está inferior ao previsto na literatura médica.

Com Estado de Minas



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