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Carnaval cancelado gera prejuízo de R$ 400 milhões para turismo em Minas Gerais

As cidades com tradição carnavalesca, neste ano, não colocaram os blocos na rua, nem ouviram as baterias tocarem nem, muito menos, assistiram aos desfiles das escolas de samba. A pandemia de coronavírus, que já dura quase 1 ano no Brasil, inviabilizou qualquer possibilidade de realização do evento pelas prefeituras em fevereiro.

Foto: Reprodução/TV GloboFoto: Reprodução/TV Globo

E, com o cancelamento da festa, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo já prevê que a cadeia produtiva do carnaval deixará de arrecadar R$ 4 bilhões, no período, no país. Somente Minas Gerais deve perder R$ 400 milhões devido ao cancelamento da folia, segundo o levantamento da CNC. O economista da Confederação, Fábio Bentes, afirma que o carnaval corresponde ao "Natal" para o turismo.

"Na média, no Brasil, a geração de receitas durante o carnaval corresponde a 30% de tudo que o setor de turismo fatura no mês de fevereiro. Esse período, ele corresponde ao "Natal" do setor. Então, se já é um início de ano ainda difícil, com o processo de vacinação também evoluindo de forma lenta, as perspectivas pro setor, elas praticamente não apresentam nenhuma evolução nesse início de 2021".

Em Minas, o Estado orientou as prefeituras que adotem medidas rígidas para impedir aglomerações de pessoas durante o carnaval, principalmente em Belo Horizonte, que se tornou o pólo da folia mineira na última década.

A cidade arrasta, em média, um público de 4 milhões de foliões, quase duas vezes mais a população local. Na contramão, até agora, apenas 3% dos moradores foram vacinados contra a Covid-19. Diante disso, a prefeitura de BH já cancelou qualquer evento ligado ao carnaval e informou que não tem data para remarcar a festa.

Para o representante da Associação dos Blocos de Rua de BH, Ney Mourão, a possibilidade de o carnaval ser remarcado ainda em 2021 é pequena.

"Mesmo uma expectativa muito ambiciosa e muito positiva, ou seja, todo mundo vacinado por volta de agosto, setembro, outubro desse ano, é preciso um tempo hábil para o carnaval de passarela ser montado, para que os blocos de rua consigam se juntar, recomeçar. Quer dizer, você vai ter que inclusive fazer um trabalho de resgate dessas pessoas que estão perdidas. Então assim, vai precisar de um tempo hábil pra que a gente faça essa festa renascer".

Versão on-line da festa

Ouro Preto, na região Central costuma receber, todos os anos, 50 mil foliões e o carnaval movimenta, em média, 20 milhões de reais na cidade. Neste ano, as festas de rua e das repúblicas universitárias também foram canceladas. Porém, o município decidiu promover um carnaval "on-line".

O secretário municipal de Governo, Felipe Guerra, explica que a folia virtual é uma forma de auxiliar os músicos ouro-pretanos, que dependem financeiramente do evento.

"A secretaria de Turismo e a secretaria de Cultura irão fazer alguns eventos on-line nesse Carnaval, pra fomento aos grupos culturais de Ouro Preto, as escolas de samba, aos blocos, por exemplo, o Zé Pereira, que é o bloco mais antigo em atividade no Brasil e vão fazer um concurso de marchas também, pra que as bandas de Ouro Preto participem e tenham uma premiação. Então vamos fazer um evento on-line, pela importância cultural que o Carnaval tem pro ouro-pretano, então mesmo que de casa ele consiga participar e estar presente no Carnaval".

Além de BH e Ouro Preto, Nova Lima, na região metropolitana também cancelou a folia por causa da pandemia. A cidade, que costuma receber 30 mil foliões durante o quase centenário Bloco dos Sujos, também vai impedir aglomerações neste ano.

Com Portal G1



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