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Caso de Polícia: homem bate em cachorro de uma travesti com cabo de vassoura e animal fica cego

Uma confusão por causa de cachorro entre vizinhos que moram no mesmo lote, no bairro 1° de Maio, em Belo Horizonte, se tornou caso de polícia. A travesti, e faxineira Lara da Silva Costa, 39, chamou a reportagem para denunciar um caso de maus-tratos contra Xuxa, seu cãozinho raça lhasa apso misturado com poodle, que foi agredido e perdeu a visão do olho esquerdo.

 Foto: Videopress produtora Foto: Videopress produtora

Lara descreve que era quase meia noite de sábado, 22, quando estava em casa e foi surpreendida pelo barulho e gritos do animal. "Meu vizinho pegou a vassoura na porta da minha casa e bateu no meu cachorro. Isso é ruindade, maldade, nem pedido de desculpas ele fez. Ele usou minha vassoura e a força foi tanta que quebrou", explicou.

A faxineira conta que Madonna, uma poodle, também foi agredida, mas não teve ferimentos. “Tomara que diminua, de alguma forma, maus-tratos a animais, porque isso é um crime e que as pessoas tenham consciência disso”, comenta sobre o que espera sobre a repercussão do caso.

Ouvido pela reportagem, o homem de 46 anos assumiu que bateu no cachorro apenas para tentar afastá-lo, uma vez que o animal avançou contra ele. Natural de Águas Formosas, no interior de Minas Gerais, ele disse que é uma pessoa da "roça" e que nunca maltrataria um animal. Diante disso, afirmou que o golpe no olho do cachorro de Lara não foi intencional.

Para a filha dele, ambos estão errados. O pai, por ter agredido o cachorro; e Lara, por não ter providenciado um cercadinho para evitar que o cão pule nas pessoas. Ela mora no mesmo lote que os dois e pediu anonimato. A jovem descreve que se dá bem com Lara, mas que de fato os cães incomodam os vizinhos.

Por sua vez, Lara endossa que os animais são dóceis e não ataca as pessoas. Ela disse que já está providenciando um cercadinho para seus pets. Lara é inquilina há 16 anos do local. Ela tem o Xuxa há seis anos e a Madonna há um ano.

Incontornada, a faxineira reclama que o vizinho não pediu desculpas até hoje pelo ocorrido e enxerga o caso como transfobia, uma vez que são recorrentes as piadas preconceituosas.

A Polícia Militar de Minas Gerais fez registro da ocorrência e orientou o agressor em relação à conduta de maus-tratos contra o animal. Os oficiais também afirmaram que vão investigar se houve excesso na conduta do homem devido o grau da lesão no cachorro.

MAUS-TRATOS A ANIMAIS É CRIME

O Tenente David Nazareth do Comando de Policiamento de Meio Ambiente da Policia Militar de Minas Gerais explica que é crime praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. “Conforme previsto no artigo 31 da Lei dos Crimes Ambientais, inclusive, em 2020, através da Lei Sansão - que ficou conhecida para quem maltratar cães e gatos - foi aumentada três meses a um ano, para dois a cinco anos de reclusão. Um aumento muito significativo”, destaca.

Nazareth pontua que, se ocorrer a morte do animal em razão da conduta criminosa do autor, a pena será aumentada é de um sexto a um terço. “Isso quer dizer que durante uma fiscalização da PM, a pessoa que for surpreendida praticando maus tratos será presa em flagrante delito e perderá a guarda do animal”, conclui. Além da prisão também existe previsão de aplicação de multas na esfera penal e administrativa.

No caso que envolveu o cachorro de Lara, não ficou constatado o flagrante do golpe aplicado pelo vizinho no animal.

Da Redação com OTempo



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