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Coluna / Comércio Exterior / O brasileiro tem motivos para ser feliz?

Quando se pensa que essa pergunta foi feita por uma das maiores poetas americanas do século XX, em meados dos anos 60. Talvez nem mesmo ela, Elizabeth Bishop, que viveu no Brasil durante 20 anos e viu de perto o início da ditadura militar,poderia imaginar o quanto uma pergunta ainda nos faz refletir se de fato o brasileiro tem motivos para ser feliz.

Para que se tenha uma ideia, o Brasil ficou em 16º lugar na lista de158 países mais felizes do mundo, tendo a Suíça na liderança, numa pesquisa realizada pela ONU.Ser reconhecido como uma nação alegre significa dizer que, temos motivos pelos quais somos vistos com bons olhos pelo mundo. E isso não se resume apenas pelo futebol ou pelo carnaval. Tem que ser mais do que isso.

Pense em criar uma lista dos problemas vividos no Brasil. Com certeza essa lista será grande. Por outro lado, fazer uma lista com as coisas boas que temos aqui pode nos fazer pensar um pouco mais. Isso justifica o porquê de Elizabeth Bishop ter feito tal indagação, quando ela via a alegria no brasileiro apesar de tantos problemas dos quais o próprio brasileiro conhecia tão bem.Realmente, o brasileiro consegue fazer piada de si mesmo e achar graça nisso.

O brasileiro tem motivos para ser feliz? / Foto: acervo o globoO brasileiro tem motivos para ser feliz? / Foto: acervo o globo

O Brasil de hoje é bem diferente daquele que foi na década de 60. Se para pior ou para melhor não existe um consenso. Sabe-se, no entanto, que naquela época o brasileiro tinha sonhos por uma vida melhor, talvez a liberdade de um regime autoritário. Eles ainda estão presentes e, sem dúvida, ainda move o brasileiro que, mesmo com todos os problemas, precisa levantar todos os dias e lutar para que os sonhos não fiquem pelo caminho.

Realmente, o Brasil de hoje vive um momento turbulento na economia e o reflexo disso não está apenas nos mais de 900 mil postos de trabalho fechados, ou na perda de credibilidade do país no exterior, ou na corrupção tão presente em vários lugares e em várias pessoas. O que se pode ver é a perda dessa alegria tão marcante e que ainda nos faz ser reconhecidos pelo mundo.

Talvez o brasileiro esteja mais descrente dos rumos que a política vem levando a economia do país e, por conseguinte, os sonhos do próprio brasileiro. Mesmo diante dessa descrença, cabe a cada brasileiro contribuir para que o mundo no qual ele esteja inserido entenda que se ele esperar pelo governo ou ficar sentado esperando esse momento passar, pouca coisa mudará na sua vida. A história se faz de momentos dos quais não se pode fugir, mas que não são eternos para quem os vive.

Por fim vale ressaltar que, Elizabeth Bishop não estava errada em questionar se de fato os brasileiros têm motivos para ser felizes. Realmente, nos incomodaria viver em um país tão rico em sua natureza, tão mistificado em sua cultura, tão empreendedor nas pessoas, tão esperançoso na luta diária de cada um, não permitir o brasileiro de tirar um tempo para ser feliz.

REFERÊNCIAS

http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/lista-conheca-os-dez-paises-mais-felizes-do-mundo-segundo-a-onu/ - acesso em 26/10/2015
http://www.flashesdeviagem.com.br/2012/08/como-o-brasil-e-o-brasileiro-e-visto.html- acesso em 26/10/2015
http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/poesia/elizabeth-bishop-a-poeta-americana-que-adotou-o-brasil/- acesso em 26/10/2015



Franciney Carvalho é graduado em Administração com ênfase em Comércio Exterior pelas Faculdades Promove e pós-graduado em Logística pela UNA. Professor de Comércio Exterior nos cursos de Administração, Logística e Contabilidade no Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional – CEFAP.



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