Uma comissão julgadora fará a qualificação dos projetos em duas etapas: na primeira, seleciona 30 roteiros. ” Depois escolheremos oito projetos para gravar um programa piloto [experimental] e, cada um receberá R$ 250 mil para produção”, explica Silvio Da Rin, secretário de audiovisual do Ministério da Cultura. No ano que vem, oito programas serão exibidos nas TVs públicas; uma pesquisa qualitativa selecionará dois a três programas que se tornarão séries de 13 capítulos de 26 minutos cada em 2010. “Cerca de R$ 5 milhões serão destinados para a produção das finalistas”, diz.
Para a professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo, Dora Mourão, criar teledramaturgia é uma forma de promover a identificação de um povo. “Nos programas de ficção as pessoas conseguem se reconhecer, é importante para a criação da identidade e cultura de uma nação”, diz.
Dora, que também é presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, explica ainda que a TV é importante neste processo de construção de identidade e que o FICTV dá a oportunidade de criar novos formatos. “A TV pública, que não tem compromissos econômicos, pode abrir novas possibilidades na teledramaturgia brasileira. Somos capazes de fazer algo diferente do que as TVs comerciais fazem”, acredita.
Da Rin não descarta ainda a possibilidade de exportar as séries. “Não há nenhum impedimento para isso e colocamos no edital que os direitos de autores, produtores e atores serão garantidos caso isso aconteça”, finaliza.
As inscrições serão abertas na próxima segunda-feira (15), quando o edital do FICTV será publicado. Os roteiros das séries não precisam necessariamente ser originais- adaptações são válidas desde que tenham a cessão de direitos do autor- e poderão ser inscritos até o dia 15 de março de 2009 no site do programa.