Com o fim do ano se aproximando, os dias passam a ser cada vez mais ensolarados e quentes. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) começou no último sábado (1°) a campanha Dezembro Laranja, que alerta a população para os perigos de se expor ao sol sem a devida proteção.
Cerca de 4 mil médicos dermatologistas voluntários, em esforço conjunto para prestar assistência e esclarecer o público quanto à importância de adotar medidas preventivas. As consultas foram ofertadas em 132 postos em diversos estados, sendo, em Minas Gerais, Belo Horizonte e outras 11 cidades contempladas, com 14 locais de acolhimento.
Registros
Entre o total de tumores malignos registrados no Brasil, Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% correspondem ao câncer de pele – 180 mil ocorrências anuais, dentro de um patamar de 600 mil, para as condições de câncer em geral. Para 2018 e 2019, são esperados 165.580 mil novos casos do tipo não melanoma, índice que representa uma diminuição de 10 mil episódios com essa característica de um biênio para outro.
Um dado inédito é que, comparado ao último levantamento do Inca, o quadro sobre a doença dá conta de que mais homens (85.170 mil), em relação às mulheres (80.410 mil), serão acometidos.
O Câncer
O câncer de pele é totalmente curável desde que você descubra bem no começo. A função desta campanha é instruir a população sobre os riscos do câncer de pele — diz Joaquim Mesquita, coordenador da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele da SBD.
A doença é dividida em dois grupos: o melanoma e o não melanoma. No primeiro, o tumor afeta os melanócitos, células responsáveis por produzir a melanina. Apesar de ter menor incidência (a estimativa do Inca é de 6.260 casos para este ano), este tipo de câncer é mais agressivo e, se não for tratado, pode provocar metástase. Já o não melanoma é menos agressivo e mais frequente.
Os homens são os mais afetados por este tipo de câncer justamente por causa da maior exposição ao sol sem proteção. Quanto mais branca a pessoa for, maior é o risco de desenvolver a doença.
“As peles são classificadas em seis fototipos, sendo 1 a branca e 6 a negra. Quem tem os fototipos 1 e 2 está mais propenso a ter câncer de pele. Além disso, quem tem histórico familiar ou pessoal de câncer de pele também tem mais risco “ diz a dermatologista Christiane Gonzaga.
Por isso, ao notar qualquer pinta nova no corpo, a recomendação é procurar por um dermatologista ou um clínico geral.
“As pessoas devem ficar de olho nas manchas e pintas que já têm: se aumentaram de tamanho rapidamente, se as bordas ficaram irregulares e borradas, se mudaram de cor ou passaram a ter várias cores. Esses são os sintomas de câncer de pele” detalha Murilo Drummond, diretor da Clínica DrummonDermato.
Todo cuidado é pouco
As orientações primordiais da SBD passam pela adoção de medidas fotoprotetoras, como evitar os intervalos de maior incidência solar (entre 10h e 16h) e, principalmente para trabalhadores que desempenham atividades em locais expostos, a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI’s): chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV e roupas que cubram boa parte do corpo, mesmo em dias frios e nublados.
Cuidados que servem também para qualquer perfil de hábito e rotina, além de: buscar locais de sombra, assim como manter uma hidratação corporal satisfatória. “A sociedade médica alerta ainda para o uso diário de protetor solar, que deve ser reaplicado a cada duas ou três horas, ou depois de longos períodos de imersão na água”, reforça Maria Luiza Pires.
Com UAI e Extra Globo