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Cerca de três milhões de clientes da Caixa terão a oportunidade de negociar suas dívidas com desconto

A Caixa Econômica Federal lançou nesta quinta-feira (30) um programa de renegociação de dívidas de pessoas físicas e jurídicas com atrasos acima de 360 dias e sem garantia. Batizada de “Você no Azul”, a ação vai permitir que os clientes quitem seus débitos com descontos que variam de 40% a 90%. O pagamento, no entanto, precisa ser feito à vista.

Agência da Caixa no Rio./ Foto: ArquivoAgência da Caixa no Rio./ Foto: Arquivo

Cerca de 2 milhões de devedores poderão ter desconto acima de 80%, segundo a Caixa. Mas o universo de devedores é ainda maior. São 2,9 milhões de clientes que devem à Caixa R$ 28,6 bilhões.

Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o banco ainda fará mais quatro renegociações. A próxima campanha deve ser anunciada em um mês e vai beneficiar mutuários da casa própria que estão com prestações atrasadas.

Na atual campanha, quanto maior a dívida menor o desconto, e quanto menor a dívida maior o incentivo, porque o objetivo é beneficiar as pessoas mais carentes. O valor do débito varia entre R$ 50, para pessoas físicas, e R$ 5 milhões, para empresas.

Maioria pode limpar o nome pagando até R$ 500

Cerca de 90% do total são valores pequenos, disse Guimarães. Ele mencionou que 67% dos clientes inadimplentes poderão regularizar a situação pagando apenas R$ 500.

No caso da pessoas físicas, a campanha permitirá quitar empréstimo com desconto em folha, cartão de crédito, cartão de material de construção, dívidas já renegociadas e empréstimo pessoal. Já as pessoas jurídicas terão oportunidade de liquidar dívidas já renegociadas, capital de giro, rotativo e cartão de crédito.

Confira os descontos

- Desconto de 90%: o maior percentual de desconto poderá beneficiar 1,1 milhão de pessoas. Será oferecido para pessoas que têm dívida total de R$ 7 bilhões. Com desconto, essa dívida cai para R$ 709,3 mil.

- Desconto de 80% a 89,99%: será oferecido a 1 milhão de pessoas. A dívida total neste caso soma R$ 6 bilhões. com o desconto, o valor devido passa a ser R$ 894,3 mil.

- Desconto de 70% a 79,99%: número de clientes que pode ser beneficiado é de 401.647. A dívida total é de R$ 2,3 bilhões e cairá para R$ 506,8 mil após o desconto.

- Desconto de 40% a 69,99%: será oferecido a 2.869 pessoas. É a faixa com menor volume de dívida. São R$ 214,7 milhões. Com desconto o valor devido cai para R$ 77,3 mil.

Como renegociar

- Duração: A campanha vai durar 3 meses.

- Na internet: Os interessados podem acessar o site www.negociadividas.caixa.gov.br

- Outros canais: É possível ainda ligar no telefone 08007268068, opção 8; e buscar as redes sociais do banco.

- Nas agências: O cliente pode procurar as agências e pontos de atendimento. Para ampliar os canais de atendimento, a Caixa terá cinco caminhões em grandes cidades, que funcionarão como agências móveis.

- Empresas especializadas: Firmas de recuperação de crédito, contratadas pela Caixa, também entrarão em contato com os clientes via SMS ou outros meios para divulgar as condições da renegociação.

Perfil dos Devedores

Por renda

- Até R$ 1.500: é o grupo que concentra o maior número de devedores, com 60% do total.

- De R$ 1.500,01 a R$ 3 mil: a parcela de devedores nessa faixa corresponde a 23% do total.

- De R$ 3.000,01 a R$ 5 mil: os clientes com essa renda mensal representam 9% do total.

- Acima de R$ 5mil: os clientes nesta faixa respondem por 8% do total de devedores.

Por Idade

- Menos de 30 anos: 15%

- De 30 a 49 anos: 54%

- De 50 a 69 anos: 25%

- A partir de 70 anos: 6%

Por gênero

Os homens representam 57% dos devedores e as mulheres, 43%

Expectativa de recuperar R$ 1 bi

Pelas estimativas do banco, se todos aderissem, seria possível recuperar R$ 4,1 bilhões. A expectativa, porém, é receber bem menos: R$ 1 bilhão.

Dependendo do resultado da atual campanha, a Caixa poderá abrir aos interessados a possibilidade de parcelar os valores renegociados. Mas isso depende de aprovação do Conselho de Administração do banco.

Guimarães explicou que a Caixa não terá prejuízo, porque o calote já foi reconhecido no balanço. Ele destacou que o objetivo é retirar das mãos de financeiras pessoas que estão negativadas e tomam dinheiro emprestado a taxas abusivas.

— Primeiro de tudo é cidadania. Uma pessoa que está à margem da sociedade, obrigada a tomar dinheiro a juros de 10%, 15% e 22% ao mês, perdeu a cidadania financeira. Isso é inaceitável — disse Guimarães. — (A renegociação) ajuda a economia porque essa pessoa vai trocar a dívida por juros de 2%, 3% ao mês. Ela vai ter mais dinheiro livre e vai poder comprar um pão na esquina. É uma medida positiva para a economia como um todo.

Com O Globo



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