2020 foi o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia Legal desde 2015, com um total de 8.426 km², mostram dados atualizados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês de dezembro teve um aumento de 14% em relação a 2019.
O índice de 2020 ficou abaixo apenas do recorde histórico de 2019, com 9.178 km² alertas. Já em 2018, o número foi de 4.951 km².
Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
O Deter não é o dado oficial de desmatamento (veja detalhes mais abaixo), mas alerta sobre onde o problema está acontecendo.
Os dois anos do governo Bolsonaro consolidam o pior cenário de alertas detectado pelo sistema na região amazônica. Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, os números refletem as políticas de destruição ambiental do atual governo.
“Bolsonaro tem dois anos de mandato e os dois piores anos de Deter ocorreram na gestão dele. As queimadas, tanto na Amazônia quanto no Pantanal, também cresceram por dois anos consecutivos. Não é coincidência, mas sim o resultado das políticas de destruição ambiental implementadas pelo atual governo”, avalia Astrini.
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
Em julho, a Amazônia Legal registrou o maior índice de áreas sob alerta de desmatamento no ano: 1.658,97 km². Em outubro, os alertas de desmatamento foram os mais altos para o mês desde que o monitoramento começou, em 2015 (veja os números no gráfico acima).
Agosto e setembro registraram os segundos piores índices nos cinco anos: 1.358,78 km² e 964,45 km², respectivamente.
A medição do desmate no Brasil considera sempre a temporada entre julho e agosto por causa das variações do clima: com essa divisão do tempo, os pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca no bioma, analisando como o desmatamento e as queimadas na Amazônia oscilaram dentro dos mesmos parâmetros climáticos.
Número oficial: mais de 11 mil km² em um ano
A medição do desmate no Brasil considera sempre a temporada de agosto de um ano a julho do ano seguinte por causa das variações do clima: com essa divisão do tempo, os pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca na Amazônia, analisando como o desmatamento e as queimadas no bioma oscilaram dentro dos mesmos parâmetros climáticos.
Na temporada de 2019-2020, a mais recente divulgada, a área desmatada na Amazônia foi de 11.088 km², de acordo com números oficiais do governo federal divulgados pelo Inpe por meio do sistema Prodes.
De acordo com o Inpe, trata-se de um aumento de 9,5% em relação ao período anterior (agosto de 2018 a julho de 2019), que registrou 10.129 km² de área desmatada. É a maior área desde 2008, quando o Prodes apontou 12.911 km² desmatados.
Os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) são considerados mais precisos para medir as taxas anuais. O Prodes é diferente do Deter, que mostra os alertas mensais.
Comparada com os alertas, a taxa oficial de desmatamento foi 27% maior do que apontava o Deter.
Com Portal G1