O avião que transportava os dois milhões de doses da vacina de Oxford produzidas no Instituto Serum, na Índia, chegou a São Paulo na tarde desta sexta-feira (22), após o governo indiano autorizar as exportações comerciais do imunizante. O pouso ocorreu por volta das 17h20.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, acompanhou a chegada da carga no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo. A carga era para ter chegado cinco dias atrás, no dia 17, mas a Índia não havia liberado o envio para o Brasil (leia mais abaixo).
“A carga será encaminhada para a Fiocruz que vai preparar toda a etiquetagem e a conferência do material recebido. Os lotes serão separados a partir de amanhã, quando estiverem prontos, provavelmente, no fim do dia, iniciamos o transporte para todos os estados do nosso país”.
Segundo Pazuello, a cidade de Manaus terá prioridade na primeira carga de vacinas. “Damos prioridade nesse momento para o estado do Amazonas, principalmente, a capital Manaus que vive uma situação mais crítica no nosso país. E essa prioridade fica evidente a partir de um acordo com os governadores, onde 5% dessa primeira carga ela vai ser destinada aonde está o maior risco do país, que está em Manaus”.
As doses serão colocadas em um avião da Azul, que fará o transporte até o Rio de Janeiro, onde o ministro da Saúde deverá fazer um pronunciamento.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os imunizantes estarão prontos para uso no sábado (23) à tarde, após checagem de qualidade e segurança, além de rotulagem e etiquetagem.
O lote foi transportado em voo comercial da companhia Emirates ao aeroporto de Guarulhos. Após os trâmites alfandegários, seguirá em aeronave da Azul para o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
A Índia havia apenas enviado remessas de vacinas gratuitas a países vizinhos. Agora, liberou as comerciais, e Brasil e Marrocos são os primeiros beneficiados.
Dificuldades na importação
O governo indiano havia suspendido a exportação de doses até iniciar seu próprio programa doméstico de imunização, no fim de semana passado.
No início desta semana, enviou carregamentos gratuitos para países vizinhos, incluindo Butão, Maldivas, Bangladesh e Nepal.
O Brasil vinha enfrentando dificuldades para liberar a carga de 2 milhões de doses que comprou do Instituto Serum. Na quarta (20), o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, disse que não havia prazo para receber o carregamento, mas negou que problemas políticos e diplomáticos com a Índia tenham atrasado a entrega.
“Em relação ao prazo para entrega das vacinas que estamos importando da Índia, eu não posso mencionar agora um prazo, mas queria reiterar que está bem encaminhado e que estou conduzindo pessoalmente as conversações com as autoridades da Índia”, afirmou o chanceler brasileiro.
Na semana passada, após expectativa de que as vacinas fossem enviadas para o Brasil, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Anurag Srivastava, afirmou que era muito cedo para dar respostas sobre exportações das vacinas produzidas no país, já que a campanha nacional de imunização ainda estava só começando.
Pouco depois, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, sem detalhar, que a viagem poderia ocorrer “daqui a dois, três dias”.
Nesta segunda (18), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a diferença de fuso horário complicava as negociações.